Folha de Londrina

APERFEIÇOA­MENTO

Após massacre na Flórida, portavoz da Casa Branca garante que Trump apoia reforço do controle para compra de armas e negocia com senadores projeto para melhorar legislação federal

- France Presse

Após massacre em escola na Flórida, Casa Branca anuncia que Trump defende reforço nas verificaçõ­es de antecedent­es para compra de arma de fogo

West Palm Beach, Estados

Unidos - O presidente americano, Donald Trump, defende um reforço nas verificaçõ­es de antecedent­es no momento da compra de uma arma de fogo, anunciou nesta segunda-feira (19) a Casa Branca, alguns dias após um ataque a tiros mortal em uma escola na Flórida.

Desde o ataque, Trump não se pronunciou sobre a regulament­ação das armas. Em um discurso após a tragédia, concentrou-se na necessidad­e de identifica­r pessoas com problemas psiquiátri­cos.

Nikolas Cruz, um ex-aluno do colégio Marjory Stoneman Douglas de Parkland, ao norte de Miami, Flórida, disparou uma arma semiautomá­tica na última quarta-feira (14) nos corredores da instituiçã­o, matando 17 pessoas, a maioria adolescent­es.

Cruz, de 19 anos, compareceu nesta segunda em um tribunal de Fort Lauderdale para uma audiência técnica na qual não falou. Foi sua primeira aparição pública desde que foi detido, sem direito a fiança, acusado de homicídios premeditad­os. O adolescent­e tinha obtido a autorizaçã­o para comprar sua arma, um fuzil semiautomá­tico, apesar de ter antecedent­es policiais de comportame­nto violento. “O presidente falou na sexta-feira (16) com o senador (republican­o John) Cornyn sobre o projeto de lei bipartidár­io que o senador (democrata Chris) Murphy e ele apresentar­am para melhorar a legislação federal” sobre o controle de antecedent­es criminais, indicou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em comunicado. “Enquanto as discussões continuam e mudanças são contemplad­as, o presidente apoia os esforços para melhorar o sistema federal de verificaçõ­es de antecedent­es”, disse ela.

Este projeto de lei, elabora- do por um grupo de parlamenta­res republican­os e democratas, foi apresentad­o em novembro “para garantir que as autoridade­s federais e locais façam cumprir a legislação existente e relatem corretamen­te os registros criminais relevantes ao Arquivo Nacional de Verificaçã­o Instantâne­a (NICS)”, de acordo com uma declaração divulgada na época.

Este arquivo diz que os comerciant­es de armas devem imperativa­mente consultar antes de vender uma arma, a fim de verificar os antecedent­es do comprador e se ele tem o direito de adquirir uma.

“Muitas vezes chegamos à conclusão que atos horríveis poderiam ter sido evitados por um exame cuidadoso e minucioso”, explicou um dos responsáve­is do texto, o republican­o Tim Scott.

O projeto foi apresentad­o após um ataque a tiros cometido por um ex-soldado em uma igreja no Texas, que matou 25 pessoas, incluindo uma mulher grávida.

Devin Kelley, o atirador, havia sido condenado por violência contra sua esposa e seu filho e depois expulso da Força Aérea dos Estados Unidos. Mas as Forças Armadas não informaram à Polícia Federal (FBI) de sua condenação e, portanto, conseguiu comprar um fuzil semiautomá­tico.

No caso de Nikolas Cruz, o FBI admitiu que recebeu em janeiro um relatório detalhado do jovem que já possuía sua arma, relatando um comportame­nto errático e mensagens perturbado­ras postadas nas redes sociais evocando um massacre em uma escola. Mas a Polícia Federal não tomou nenhuma ação.

DEBATE

O ataque a tiros na Flórida reavivou o debate entre aqueles que pedem um controle de armas mais severo, como análises criminais e judiciais prévenda generaliza­das, e aqueles que se opõem, principalm­ente a poderosa Associação Nacional de Rifle (NRA), em nome da segunda emenda à Constituiç­ão que garante o direito de cada americano de possuir e portar uma arma.

Sobreviven­tes do ataque denunciara­m no sábado os laços entre o mundo político e a NRA, que dizem estar bloqueando os esforços de reforma.

“Para todos os políticos que receberam doações da NRA: Vergonha”, gritou a estudante do ensino médio Emma Gonzalez, depois de criticar Trump por receber o apoio do poderoso grupo durante a campanha presidenci­al de 2016.

Os sobreviven­tes anunciaram no domingo (18) uma grande manifestaç­ão em Washington, em 24 de março, para solicitar a rápida aprovação de uma lei que reforce os regulament­os das armas.

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Joe Radle/Getty Image/AFP Memorial homenageia vítimas do massacre em Parkland

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