Folha de Londrina

Mendes cobra lei de abuso de autoridade contra vazamentos de investigaç­ões

- Daniel Weterman

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta segunda-feira, 19, o que classifico­u como “abusos” de autoridade­s e da imprensa envolvendo a divulgação de “casos falsos” e de “erros judiciais” na mídia nacional. Em evento realizado pelo jornal Folha de S Paulo na capital paulista, ele cobrou a aprovação de uma lei criminaliz­ando o abuso de autoridade para responsabi­lizar agentes públicos que fazem vazamentos seletivos à imprensa.

“É preciso selecionar um pouco mais a informação, é preciso que os veículos tenham, talvez, um ombudsman jurídico para analisar imbecilida­des que lhes são passadas”, disse o ministro, se dirigindo a uma plateia formada por integrante­s de veículos de imprensa. “Sugiro lei de abuso de autoridade e responsabi­lização civil do próprio agente”, afirmou o ministro, citando que há membros do Ministério Público e da Polícia Federal que vazam dados de investigaç­ões.

Ele declarou que, no País, sempre houve vazamento de informaçõe­s, mas que, nos últimos tempos, essa prática foi “sofisticad­a”.

Durante sua fala inicial no evento, Gilmar Mendes fez uma crítica à Procurador­ia-Geral da República (PGR) sob a gestão de Rodrigo Janot, que, segundo apontou o ministro, fazia vazamentos seletivos a jornalista­s. “Abuso notório porque as informaçõe­s não são do procurador, ele não é dono disso, daí a necessidad­e da lei de abuso de autoridade,

São Paulo - só se divulga aquilo que é divulgável.”

O ministro destacou, porém, que não era contra o jornalista divulgar informaçõe­s vazadas e que o problema era quem realizava o vazamento indevido.

‘MAUS-TRATOS’ Gilmar Mendes se disse alvo do que chamou de “maus-tratos” da imprensa em fatos envolvendo seu nome. Ele afirmou que é “alvo preferenci­al desse tipo de prática” mas que, em geral, recebe o direito de resposta.

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