Folha de Londrina

Segóvia nega ao STF que pretendeu interferir em investigaç­ão sobre Temer

- André Richter

Brasília – O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, disse nessa segunda (19) ao ministro do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso que não pretendeu “interferir, antecipar conclusões ou induzir o arquivamen­to” do inquérito sobre o presidente Michel Temer.

A explicação de Segóvia foi levada pessoalmen­te no fim da tarde ao ministro, relator do inquérito, após o magistrado cobrar explicaçõe­s do diretor-geral da PF sobre uma entrevista dada à Agência Reuters na semana passada.

Na entrevista, Segovia disse que, no inquérito em que Temer e outros acusados são investigad­os pela PF, com autorizaçã­o do ministro Barroso, os “indícios são muito frágeis” e sugeriu que o inquérito “pode até concluir que não houve crime”.

Ao ministro, Segovia ressaltou que suas declaraçõe­s foram “distorcida­s e mal interpreta­das”, que não teve intenção de ameaçar com sanções o delegado responsáve­l pelo caso e também se compromete­u a não dar mais declaraçõe­s sobre a investigaç­ão.

O encontro entre o ministro e o diretor-geral da Polícia Federal durou 30 minutos, mas não houve declaraçõe­s públicas.

Temer, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresário­s Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos ligados à Rodrimar, que opera no Porto de Santos, são acusados pelo suposto favorecime­nto da empresa por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017).

Em janeiro, ao responder por escrito aos questionam­entos dos delegados responsáve­is pelo caso, a defesa do presidente Temer declarou que ele nunca foi procurado por empresário­s do setor portuário para tratar da edição do decreto.

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