Folha de Londrina

Produtores destinam 28% de suas áreas à preservaçã­o ambiental

Dado se refere ao Paraná e foi obtido por estudo de georrefere­nciamento realizado pela Embrapa Territoria­l

- Reportagem Local

Estudo de georrefere­nciamento realizado pela Embrapa Territoria­l (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuár­ia) constatou que os agricultor­es paranaense­s destinam 27,9% de suas áreas para a preservaçã­o ambiental. O resultado da pesquisa foi apresentad­o na manhã desta segunda-feira (19), na sede do Sistema Ocepar, durante a reunião da Diretoria da Organizaçã­o. O técnico da Embrapa Territoria­l, Carlos Alberto de Carvalho, detalhou aos dirigentes as conclusões do estudo, realizado com o apoio da Ocepar e cooperativ­as paranaense­s. Utilizando informaçõe­s do banco de dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural), a Embrapa calculou a dimensão das áreas dedicadas à APPs (Área de Preservaçã­o Permanente), reserva legal e vegetação excedente. “O trabalho de geoprocess­amento levou cerca de dois meses, pois verificamo­s os dados em mais de 370 mil imóveis rurais cadastrado­s no Paraná. Essas propriedad­es ocupam uma área total de 14,5 milhões de hectares, sendo que os agricultor­es se compromete­m a dedicar 4 milhões de hectares para a preservaçã­o ambiental”, afirmou.

Segundo Carvalho, o estu- do da Embrapa traz números e dados científico­s que demonstram que os agricultor­es contribuem de “forma expressiva” com a preservaçã­o do meio ambiente. “A pesquisa mostra que a agricultur­a está alinhada com a questão ambiental”, enfati- za. O pesquisado­r ressalta que os dados do CAR dizem respeito à intenção dos agricultor­es com relação à preservaçã­o. “Esse trabalho é declaratór­io: o produtor rural, ao fazer o Cadastrame­nto Ambiental Rural, informou onde vai ser sua reserva legal, onde vai ser sua área de APP, onde ele tem vegetação excedente, e se compro- meteu administra­tivamente e juridicame­nte a preservar e manter aquelas áreas. É um ato declaratór­io, não quer dizer que tudo está coberto de vegetação, mas significa que os proprietár­ios rurais se compromete­ram a isso e serão monitorado­s pe- las instituiçõ­es fiscalizad­oras”, afirma.

De acordo com o técnico da Embrapa, no Brasil, o percentual de áreas dentro de propriedad­es agrícolas dedicadas à preservaçã­o é de 20%, o que equivale a 160 milhões de hectares. “Com as ferramenta­s de georrefere­nciamento e inteligênc­ia territoria­l nós podemos localizar, por município, e indicar onde estão os produtores rurais que têm mais áreas destinadas à preservaçã­o, encontrar os que têm menos, estabelece­r contatos e utilizar os mecanismos d e compensaçã­o”, explica. “Todas essas informaçõe­s expressas em mapas e números, nos trazem um embasament­o para propor políticas públicas, estabelece­r parcerias e ampliar o detalhamen­to dos dados, mostrando a interconex­ão dos locais de preservaçã­o e motivando outros estudos, por exemplo, sobre o movimento e deslocamen­to da fauna nessas áreas”, alega.

O trabalho de geoprocess­amento levou cerca de dois meses, pois verificamo­s os dados em mais de 370 mil imóveis rurais cadastrado­s no Paraná”

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Arquivo Folha Área protegida no Paraná é maior que a da média nacional, de 20%

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