Projeto sugere Centro de Inovação
Sugestão está no Planejamento do Ecossistema de Inovação de Londrina, realizado pela Fundação Certi; Centro teria papel integrador para fomentar a inovação e o empreendedorismo na cidade
Londrina tem cinco setores estratégicos, com potencial de alavancar o desenvolvimento local por meio da inovação: Cadeia do Agronegócio, Químico e Materiais, Eletrometalmecânico, TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) e Saúde. Em cada um deles, a cidade já conta com boa pontuação em aspectos relacionados a capital humano, potencial de pesquisa nas instituições locais, cultura empreendedora, políticas públicas de apoio à inovação e empreendedorismo, governança e acesso a capital. “Londrina é um diamante bruto a ser lapidado”, afirmou Maria Gorete Hoffman, coordenadora do projeto de elaboração do Planejamento do Ecossistema de Inovação de Londrina, cujo resultado foi apresentado nesta segunda-feira (19).
O projeto foi desenvolvido utilizando metodologias e ferramentas da Fundação Certi e envolveu a realização de três workshops em Londrina, entre agosto e dezembro de 2017, com a participação de mais de 80 pessoas, entre empresários, professores universitários, representantes dos mecanismos de inovação, representantes do governo e associações. ]
O planejamento teve o objetivo de identificar os principais setores com oportunidades para inovação em Londrina, realizar uma análise detalhada do estágio atual dos setores estratégicos, definir a posição futura desejada para o Ecossistema de Inovação para os próximos dez anos e elaborar um plano de ação para cada um dos setores.
“A cidade tem uma série de características que a potencializam para a inovação. Muito disso se deve ao que já existe hoje como incubadoras, APL de TI, coworking, um parque tecnológico, e uma série de atividades já instaladas. São poucos os municípios que têm a quantidade de universidades que tem aqui”, ressaltou Maria Gorete. A coordenadora do Planejamento também destacou a capacidade de organização. “Londrina já tem na sua cultura o aspecto de formação de comissões, tem fóruns que tratam de desenvolvimento, mas não tem uma organização específica olhando para o ecossistema de inovação”, ponderou.
Por isso, uma das propostas do Planejamento do Ecossistema de Inovação é a estruturação da gestão do ecossistema, que ficaria centralizada no Tecnocentro da cidade. O espaço está sendo construído pelo município no Parque Tecnológico Francisco Sciarra para dar apoio às empresas no desenvolvimento de pesquisas com estrutura de laboratórios, incubadora e serviços de apoio. A ideia lançada pelo Planejamento do Ecossistema de Inovação é aproveitar a construção do Tecnocentro para implantar ali um Centro de Inovação (CI) para a cidade.
“O Centro de Inovação é um pequeno ecossistema que tem o importante papel de reunir dentro de um mesmo ambiente mecanismos que possam estimular o surgimento de empreendedores, a formação de empresas inovadoras, o desenvolvimento de laboratórios de design, prototipagem, aceleração, venture capital”, explicou a coordenadora do projeto.
A proposta é que o Tecnocentro seja gerido por uma entidade privada sem fins lucrativos. O conselho da entidade gestora seria composto por membros das 4 hélices (associações e entidades de classe, instituições de ensino e pesquisa, governo, entidades de apoio, empresas e mecanismos de apoio ao empreendedorismo). Para a Fundação Certi, o modelo de instituto privado sem fins lucrativos é importante para a viabilização do Centro porque é isento de mudanças políticas. A entidade privada sem fins lucrativos se viabilizaria por meio da gestão e da exploração do aluguel do Centro de Inovação e da captação de recursos não reembolsáveis, diz o relatório do Planejamento.
INTEGRAÇÃO
O coordenador estadual de ecossistemas de inovação do Sebrae/PR, Heverson Feliciano, explicou que o Planejamento do Ecossistema de Inovação veio para “potencializar e integrar o que já vinha acontecendo”. “Estamos em fase de potencialização e integração do ecossistema, que já é referência. A ideia é que ali (no Centro Tecnológico), no mesmo espaço, consigamos materializar toda essa integração.”
Segundo Feliciano, a expectativa é que até maio o Ecossistema de Inovação já tenha um modelo de governança definido.
Londrina é um diamante bruto a ser lapidado”