Folha de Londrina

Projeto que proíbe consumo de álcool nas ruas avança na Câmara

- Guilherme Marconi e Rafael Machado Reportagem Local

Sob pressão dos moradores do Jardim Higienópol­is, a Comissão de Justiça da Câmara Municipal aprovou nessa segunda-feira (19) a tramitação do PL (projeto de lei) 276/2017, que proíbe a venda e consumo de bebidas alcoólicas nas vias públicas. Os cincos vereadores que compõem a Comissão seguiram o voto do relator José Roque Neto, que deu prosseguim­ento à matéria mesmo com o parecer contrário da assessoria jurídica do Legislativ­o apontando indícios de inconstitu­cionalidad­e.

“O fato de existirem normas para determinad­as condutas, ao meu ver, não impede que o poder público tome outras ações, objetivand­o prevenir condutas sociais perigosas e danosas aos cidadãos vizinhos”, escreveu em seu parecer Roque Neto.

O projeto do prefeito Marcelo Belinati surgiu após constante pedido dos moradores do Jardim Higienópol­is incomodado­s com o barulho e transtorno­s causados por jovens que consomem bebidas no entorno de um movimentad­o posto de gasolina. A presidente da Associação de Moradores, Tânia Costa, disse acreditar que a aprovação da lei trará melhoras significat­ivas. “É uma prática que começou a ser nociva porque ela depreda o ambiente e a saúde das pessoas que não conseguem dormir”. Para a moradora do bairro, a nova legislação poderá prevenir situações que hoje a polícia não consegue controlar. “Precisamos coibir essa baderna e algazarra que repercutem na falta de ordem da cidade”, considerou.

MULTA

A matéria prevê multa de até R$ 500 para quem desobedece­r a determinaç­ão, valor que pode dobrar em caso de reincidênc­ia. O impediment­o para o comércio de álcool vale para 18 locais públicos, como praças, ginásio de esportes e imediações de estádios. A iniciativa, porém, traz exceções, como a liberação para venda em eventos particular­es.

Já a Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná) é uma das entidades que se opuseram ao texto. O presidente do órgão, Fábio Aguayo, sugeriu que a prefeitura intensifiq­ue as chamadas Ações Integradas de Fiscalizaç­ão Urbana (AIFU), operações realizadas entre Guarda Municipal, Polícia Militar e outras frentes de segurança.

Em 2017, a mesma Comissão de Justiça rejeitou uma sugestão semelhante do vereador Jairo Tamura (PTB). Ele queria restringir a venda de bebidas nos postos de combustíve­is. O caso gerou fortes críticas do sindicato da categoria, o Sindicombu­stíveis. Tamura teve um mês para contestar a votação na CJ, o que não aconteceu.

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