Folha de Londrina

Reoneração da folha está pronta para ser votada

- Eduardo Rodrigues Agência Estado

Brasília - Câmara é da Câmara, os projetos já estão aqui, se o governo quer uma pauta econômica nova, que apresente uma pauta econômica nova”, disse.

O presidente da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a reoneração da folha de pagamentos, Renato Molling (PP-RS), disse nesta terçafeira, 20, que o relatório do Projeto de Lei 8456 está pronto para ser apresentad­o e votado, mas depende de uma sinalizaçã­o do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEMRJ). Molling confirmou que o parecer do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) manterá a desoneraçã­o para mais setores do que os previstos originalme­nte pelo governo, reduzindo o efeito fiscal da medida para pouco mais da metade do estimado no texto original.

“A nossa ideia é apresentar o parecer o quanto antes e votarmos. Pode ser até amanhã, se o presidente Rodrigo Maia nos der essa sinalizaçã­o. O relatório está pronto e o projeto pode ser aprovado de maneira terminativ­a na comissão especial, sem precisar passar pelo plenário da Câmara, mas Maia pode querer votar no plenário”, disse Molling ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A comissão da reoneração chegou a marcar duas sessões em dezembro do ano passado para que Orlando Silva apresentas­se o relatório, mas ambas as reuniões foram canceladas por falta de quórum, em uma semana na qual o parlamento estava envolvido com a votação do Orçamento de 2018 e com as discussões sobre a leitura ou não de um novo texto para a finada reforma da Previdênci­a do governo Michel Temer.

Agora, o projeto voltou a figurar entre as prioridade­s da agenda legislativ­a do governo que substituir­á os esforços pela votação da Previdênci­a. “Não temos mais o que debater na comissão. Fizemos todas as audiências públicas necessária­s, falamos com o governo e escutamos todos os setores. Agora só falta votar”, acrescento­u Molling.

O governo tenta reverter a desoneraçã­o da folha de pagamentos para 50 setores da economia, com o objetivo de reaver cerca de R$ 785 milhões por mês em arrecadaçã­o. Caso o projeto seja aprovado ainda em fevereiro, e consideran­do os 90 dias até a vigência da nova tributação, a arrecadaçã­o adicional em 2018 seria de R$ 5,5 bilhões entre junho e dezembro.

O relatório de Orlando Silva, porém, deve reduzir esse reforço de caixa, pois manterá o benefício fiscal para mais setores. O projeto original do governo mantém o recolhimen­to da contribuiç­ão previdenci­ária sobre o faturament­o apenas para a construção civil, o transporte coletivo de passageiro­s e as empresas jornalísti­cas.

Mas o relator sinalizou ainda em dezembro que iria a manter a desoneraçã­o para os setores que foram contemplad­os na primeira fase da desoneraçã­o, lançada em 2011. Na ocasião, foram beneficiad­as as empresas de tecnologia de informação (TI), tecnologia da informação e comunicaçã­o (TIC), confecções, couro e calçados. Segundo Molling, o setor de transporte de cargas é outro que deve ser poupado na reoneração.

“Deve ser mantida uma renúncia fiscal de cerca de R$ 4 bilhões por ano. Mas não é bem uma renúncia, porque os setores preservado­s terão mais chances de se recuperare­m, o que acabará elevando a arrecadaçã­o de outros impostos”, completou o deputado.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil