Urnas eletrônicas
Além da grande conturbação no meio político eleitoral prevista para este ano, uma preocupação recorrente é a credibilidade das urnas eletrônicas. Já utilizadas em cerca de uma dezena de eleições, esses dispositivos ainda não convenceram os brasileiros de serem absolutamente confiáveis. Vários motivos nos levam a questionar sobre essa insegurança. Porque países de primeiro mundo, sendo os mais desenvolvidos tecnologicamente, não adotaram urnas eletrônicas em suas eleições? Porque somente ditaduras, como a Venezuela, que precisam de eleições fraudadas, e algumas republiquetas da América Central utilizam essas urnas? Se o TSE não consegue constatar nem mesmo as escancaradas irregularidades nas prestações de contas dos candidatos nas campanhas eleitorais, aprovando toda essa barafunda financeira que emergiu dos escândalos de corrupção apurados pela Lava Jato, como irá detectar urnas fraudadas? Se até os sofisticados sistemas de computação da NASA, da Microsoft, do Google, da Interpol, entre outras potências mundiais, não estão imunes ao ataque de hackers, será que somente a nossa modernidade tupiniquim está totalmente blindada à intromissão de malfeitores interessados em alterar o resultado de um pleito eleitoral? Porque a resistência de nossas autoridades em implantar o voto impresso que certamente daria mais clareza e segurança ao eleitor? São incertezas que nos levam a suspeitar do resultado das nossas eleições e precisam de respostas claras e objetivas, principalmente agora que o novo presidente, ministro Luiz Fux, quer imprimir uma gestão mais séria e transparente no tribunal eleitoral.
LUDINEI PICELLI (administrador de empresas) - Londrina