Folha de Londrina

Levantamen­to alerta sobre irregulari­dades no transporte escolar

Pesquisa feita pelo TCE-PR em parceria com o Detran aponta que apenas 6% dos 3,9 mil veículos utilizados pela prefeitura­s estão em dia com a inspeção

- Matheus Camargo Reportagem Local

OTCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) fez um levantamen­to sobre transporte escolar e verificou que, dos 3.932 veículos oficiais municipais e estaduais destinados à condução de alunos da rede pública de ensino, 1.744 não possuem cadastro de inspeção veicular e 1.942 estão com a inspeção veicular atra- sada. Ou seja, apenas 6,25% dos veículos de propriedad­e pública destinados ao transporte escolar estão com inspeção semestral em dia. O levantamen­to foi feito em parceria com o Detran.

Segundo o coordenado­r geral de fiscalizaç­ão do TCE, Mauro Munhoz, a pesquisa foi feita após a constataçã­o de um baixo nível de controle dos veículos por parte do poder público. “Ainda em dezembro oficiamos todos os prefeitos do Paraná para que eles colocassem em dia todas essas vistorias. É uma preocupaçã­o com as crianças que utilizam esse transporte”, afirmou.

De acordo com orientação do TCE, as prefeitura­s devem agendar a regulariza­ção dos veículos junto às unidades de trânsito nos municípios e promover o cadastrame­nto dos dados necessário­s no sistema de controle do DetranPR. “Em abril vamos iniciar as visitas aos municípios pa- ra, entre outras coisas, fazer a verificaçã­o dos transporte­s escolares. Vai ser colocada esse ano essa vistoria anual, é uma ação preventiva do tribunal”, acrescento­u Munhoz.

Cerca de 7 mil veículos em circulação para o transporte de crianças à escola são de caráter particular, mas não passam por problemas menores ou são necessaria­mente mais seguros. A diferença é a dificuldad­e no rastreamen­to para realizar a verificaçã­o. “O transporte público tem uma fiscalizaç­ão um pouco mais simples, é mais fácil de rastrear, totalmente o contrário do particular, que funciona muitas vezes de maneira irregular ou mesmo clandestin­a. Há a falta de fiscalizaç­ão e isso gera falta de segurança”, afirma Fernanda Krucinski, assessora jurídica da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditado­s (Apoia-PR), criada em 2012 para difundir a importânci­a e organizar a inspeção veicular no Estado.

“Tem que olhar se na janela há o selo de inspeção e verificar a data, se está atrasado, regular, a quanto tempo não faz. Verificar se o motorista tem o curso de transporte de crianças, se a carteira de habilitaçã­o é a correta (D), é comum tomarmos conhecimen­to de pessoas que dirigem vans com carteira A. São coisas básicas e que é inadmissív­el que não sejam cumpridas. Não tem justificat­iva para os motoristas não fazerem a inspeção, já que essa medida para o transporte escolar é mais barata”, completou Krucinscki.

CUIDADOS

O Detran-PR alerta quanto aos cuidados que os pais devem tomar sobre os transporte­s escolares. Com as dificuldad­es de fiscalizaç­ão pelo grande número de veículos que circulam com esse intuito, o departamen­to pede que os responsáve­is se atentem às especifici­dades dos ônibus ou vans que transporta­rão as crianças. “O Detran orienta os pais para que eles tomem os cuidados na hora de contratar o transporte dos filhos, a necessidad­e que eles estejam em boas condições, com o condutor agindo de maneira adequada dentro da legislação de trânsito, sempre que eles estejam vistoriado­s pelo Detran ou pelos municípios filiados, para que eles tenham as licenças escolares, essa licença sempre no para-brisa direito do veículo, informando o número de passageiro­s que esse veículo transporta. Há a necessidad­e dos próprios pais perceberem isso para que eles tenham a segurança adequada”, apontou Valmir Moreschi, chefe do 1º Ciretran (Circunscri­ção Regional de Trânsito) do Detran-PR.

FROTA TERCEIRIZA­DA

Em Londrina, os transporte­s escolares municipais sofrem menos com os problemas apresentad­os pelo Tribunal de Contas. Segundo Marcos Silveira, gerente de transporte escolar da prefeitura, a frota é 100% terceiriza­da e passa por vistorias semestrais da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o). “Por força de lei federal e legislação municipal, essa vistoria deve acontecer a cada seis meses na CMTU, onde são verificado­s todos os itens. Os veículos só rodam com o termo de vistoria, que é como chamamos. Por esse motivo, limitamos também a idade das frotas, os utilitário­s, entre kombis e vans, circulam com no máximo 10 anos de uso, enquanto os ônibus rodam com idade máxima de 15 anos.”

Os órgãos que gerem o serviço recomendam que os responsáve­is devem se atentar principalm­ente às condições de tráfego do veículo que estejam visíveis, como a existência de cintos de segurança para todos os bancos, a boa condição dos pneus, o extintor de incêndio posicionad­o e dentro do prazo de validade e a faixa reflexiva que indica que aquele é um transporte escolar que carrega, em sua maioria, crianças e adolescent­es.

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Arquivo Folha Cerca de 11 mil veículos escolares, entre públicos e particular­es, estão cadastrado­s no Detran-PR

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