Folha de Londrina

‘É um gargalo muito grande para os municípios’

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O consultor de educação da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), Jacir Machado, afirma que o assunto dos ofícios enviados pelo TCU-PR quanto aos transporte­s escolares ainda não foi discutido junto ao conselho por ser um fato muito recente, mas que ainda deve ser tratado. “O assunto de transporte escolar é pertinente em todas as reuniões do AMP, já que é um gargalo muito grande para os municípios, é um investimen­to alto e uma participaç­ão muito pequena por parte do estado”, frisou.

Para auxiliar na manutenção dos transporte­s escolares, foi criado o Pete (Programa

Estadual de Transporte Escolar), que em 2017 repassou cerca de R$ 101 milhões aos municípios. O Estado também é responsáve­l por repassar aos municípios a verba do Pnate (Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar), que em 2017 cedeu cerca de R$ 30 milhões, totalizand­o cerca de R$ 130 milhões para que os municípios arcassem com os transporte­s.

Segundo Machado, no ano passado o investimen­to em transporte­s escolares somados entre os municípios paranaense­s ficou em torno de R$ 450 milhões, número maior que o triplo da verba repassada pelo Estado para fechar as contas. Em 2016, foram registrado­s mais de 460 mil estudantes que utilizavam os transporte­s escolares públicos no Paraná. Desses, cerca de 241 mil (52,4%) são da rede es-

tadual. “Vamos somar, se recebeu R$ 130 milhões e a conta chegou a R$ 450 milhões, todo esse restante é por conta dos municípios. Não é justificar, é passar a situação, como aumentar o investimen­to?”, completou.

O Fundepar (Instituiçã­o Paranaense de Desenvolvi­mento Educaciona­l), responsáve­l por gerir a renda do Pete e controlar os transporte­s escolares no Paraná, afirma que o governo tem investido o valor informado com base no Sistema de Gestão do Transporte Escolar (Siget), que é calculado através das despesas essenciais como o custeio padrão, a relação dos veículos, os salários dos motoristas e toda a manutenção das frotas. Segundo a instituiçã­o, o sistema acusa qualquer gasto excedido e que “não é chegado em nenhum número à toa”.

(M.C.)

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