Aceleradoras formam 12 startups em Londrina
Outras três se graduaram no ano passado; cidade conta com quatro programas de aceleração, que ajudam empreendedores a tirarem rapidamente suas ideias do papel
As primeiras startups das quatro aceleradoras com programas em Londrina já estão se graduando. Após passarem por um período intenso de capacitação, formatação dos negócios, avaliação e feedback com mentores, elas saem prontas para lançar seus produtos ou serviços no mercado e alavancar as vendas. No início de fevereiro, oito empreendedores se formaram no Founder Institute, programa de pré-aceleração sediado no Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Na próxima terça-feira (27), é a vez de quatro startups se formarem pela Hotmilk Londrina, aceleradora da PUCPR.
Muitas saem, inclusive, já investidas. É o caso da EducaMaker, graduada da Hotmilk, que já tem investimento garantido pelo grupo anjo Smart Value, de Londrina. O Smart Value tem parceria com a aceleradora da PUCPR e oferece aos graduandos o chamado “smart money”, que é mais que o simples apoio financeiro, mas também o apadrinhamento das startups por mentores, que contribuem para a formação dessas empresas com a sua experiência de mercado.
A EducaMaker é uma plataforma educacional adaptativa de preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), principais vestibulares do Brasil e o Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos). A ferramenta, que é gratuita, é capaz de identificar o processo de aprendizagem do estudante por meio de mais de 400 variáveis de desempenho, e utiliza esses dados para atribuir pontos ao aluno e assim determinar o fluxo de estudos mais adequado para o seu objetivo.
“A plataforma consegue compreender as nuances de aprendizagem do aluno em todo o processo, não só na hora da prova, mas pela análise do comportamento do próprio estudante dentro da plataforma”, explica Tiago Ledesma Mariano, professor de História e um dos sócios da EducaMaker. O conteúdo da plataforma, elaborado por 21 professores, é liberado de acordo com o perfil e o desempenho do aluno como se fosse um game. “Quanto mais você se esforçar, mais você alcança”, observa Carlos Eduardo Boni, professor de Economia e um dos sócios da EducaMaker. O estudante também tem um avatar que evolui conforme o seu aprendizado, e assim ele pode comparar o seu desempenho com o de outros alunos, a média de uma cidade, estado ou país.
A startup vai receber R$ 200 mil de investimentos do Grupo Smart Value. “O EducaMaker é um negócio que está dentro do critério de escalabilidade, inovação, dentro do nosso range de segmentos que queremos investir. São empreendedores que colocam a mão na massa e não ficam só na ideia”, afirmou Moacir Vieira dos Santos, sócio administrador do Smart Value.
ALTO NÍVEL
Cristiano Teodoro Russo, coordenador da Hotmilk Londrina, afirma que as startups saem da aceleradora já com produtos no mercado ou prestes a lançá-los, e com um alto nível de competitividade. “Elas chegam à fase final com nível altíssimo de competitividade em termos de mercado e inovação, com potencial de receberem investimentos e entregarem produtos no mercado.”
Da primeira fase do programa, a de pré-aceleração, saíram cinco startups, e quatro permaneceram para a fase de aceleração propriamente dita. Russo lembra que essas quatro passaram por 16 semanas de oficinas, palestras, treinamentos específicos com pessoas do ecossistema de startups de Londrina sobre modelo de negócios, marketing, marca, precificação, entre outros assuntos. O segundo e o terceiro ciclos da aceleradora, com a abertura de vagas para novas startups, já estão sendo estruturados, mas as datas ainda serão reveladas.
CONTATO GLOBAL
As empresas que se formam no Founder Institute tem suas ideias validadas no mundo inteiro, já que o programa de pré-aceleração é global. Os participantes também mantêm contato com mentores dos outros países e cidades do Brasil, e recebem benefícios em serviços de empresas como Google e Amazon, afirma Ravi Gama, diretor regional do Founder Institute. “O empreendedor começa a fazer parte de um grupo global formado por nove cidades do Brasil e 60 países do mundo. É uma rede de 7,5 mil mentores. Isso acaba abrindo portas para muita coisa, inclusive rodadas de investimento.” Segundo o diretor, metade das empresas formadas conquistaram investimento para os seus negócios.
No Founder Institute, os empreendedores passaram por 14 semanas de desenvolvimento de seus negócios. Gama afirma que havia participantes que chegaram ao programa apenas com uma ideia na cabeça. “Saíram de lá com o negócio pronto.” De 17, apenas oito se formaram. “É um programa super intenso, com 20 horas semanais para os ‘assignments’ (tarefas). Temos uma banca de 20 mentores que, se sente que o empreendedor não está preparado, elimina e convida para o ciclo do próximo semestre”, completa o diretor.
“O empreendedor começa a fazer parte de um grupo global formado por nove cidades do Brasil e 60 países do mundo”