TRIPLO HOMICÍDIO
Ricardo Felippe foi considerado capaz pelo Complexo Médico Penal, há oito meses; IML não deu prazo para conclusão de novo laudo
O ex-guarda municipal Ricardo Leandro Felippe passou ontem por exame de sanidade mental no IML de Londrina. Não há prazo para conclusão do laudo. Ele responde pelos assassinatos da sócia da ex-mulher e do filho e do pai de outra ex-companheira
Oex-guarda municipal Ricardo Leandro Felippe, acusado de matar três pessoas em abril do ano passado, em Londrina, passou por exame de sanidade mental na tarde de segunda-feira (26), no IML (Instituto Médico-Legal) de Londrina. Felippe está preso desde o dia 4 de abril, um dia após ter matado Ana Regina do Nascimento, sócia e amiga da então companheira, além do filho e do pai da ex-companheira Rachel Espinosa.
Felippe chegou a ser encaminhado para o IML pela manhã, mas o exame foi remarcado para às 13h30. Ele foi conduzido por agentes do Departamento Penitenciário. Após duas horas, Felippe retornou para a PEL 2 (Penitenciária Estadual de Londrina). O médico responsável pelo exame, Antônio Carlos Peixoto, não concedeu entrevistas. Por meio de um assessor, ele informou que não poderia dar declarações porque o processo corre em segredo de Justiça. Porém, ele informou que pretende concluir o laudo “o mais rápido possível” para encaminhá-lo à Justiça, sem mencionar prazo. O exame estava marcado inicialmente para 30 de abril, no entanto, foi antecipado por determi- nação juíza da 6ª Vara Criminal, Zilda Romero.
Felippe já foi submetido a outro exame de sanidade, realizado no dia 2 de junho do ano passado, no Complexo Médico Penal, em Curitiba. Marcelo Camargo, advogado de acusação contratado por Rachel Espinosa, informou que a realização de um novo exame foi um pedido da defesa. “Eles alegaram que o laudo anterior não era suficiente e fizeram um novo pedido. Acredito que a realização deste novo exame seja positiva pois, se o caso chegar a instâncias superiores, não se poderá alegar cerceamento da defesa e o processo não poderá ser anulado”, comentou. Os advogados de defesa do réu informaram que só se pronunciariam após a conclusão do laudo.
Rachel Espinosa também esteve no IML e acompanhou a chegada do ex-companheiro do lado de fora. Ela comentou a decisão judicial que garantiu o direito de um novo exame a Felippe. “No começo fiquei bem apreensiva, mas depois tive o entendimento dos perigos que o caso retroceda caso o exame não fosse realizado. Já foi feito um exame em Curitiba e aguardo que o resultado seja o mesmo”, disse. Espinosa também elogiou a celeridade da justiça no caso. “O que percebemos é que está caminhando rápido. Agora, o que queremoséqueocasováa júri popular.”
RELEMBRE O CASO
De acordo com a Polícia Civil, no dia 3 de abril do ano passado, o réu assassinou a tiros duas pessoas, identificadas como Ana Regina do Nascimento Ferreira, 34 anos, sócia de sua ex-mulher, e um adolescente de 17 anos, filho de Rachel Espinosa, outra excompanheira. O pai dela, Valdir Siena, 58, morreu no hospital após ser atingido no tórax e braço pelos tiros. Ao ser interrogado em agosto de 2017, Felippe afirmou que não se recordava dos crimes que havia praticado.