Folha de Londrina

Executivo retoma redutor na taxa de lixo

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O prefeito Marcelo Belinati anunciou nessa segundafei­ra(26) a troca da equipe econômica em consequênc­ia da saída de Edson de Souza, que acumulava desde o início da atual gestão as pastas da Fazenda e Planejamen­to e foi o principal interlocut­or da revisão da PGV (Planta Genérica de Valores) na Câmara Municipal em 2017. O prefeito nomeou para a Fazenda o economista e servidor público João Carlos Perez, que estava no comando da Controlado­ria-Geral. No Planejamen­to, a servidora de carreira Darling Genvigir assume interiname­nte.

Na coletiva, Belinati anunciou três medidas que serão redigidas como projeto de lei para amenizar o impacto para 2019, um recuo em relação a lei 12.575/17 que definiu o ‘novo IPTU’.

O congelamen­to da alíquota em 0,6% sobre o valor venal do imóvel foi uma reivindica­ção de entidades da sociedade civil organizada que pressionar­am pela medida. Segundo o município, o impacto dessa mudança sobre a arrecadaçã­o será de aproximada­mente R$ 40 milhões a menos que o montante previsto. Na lei atual a previsão era de escaloname­nto da alíquota até chegar a 1% do valor venal do imóvel em 2024. Belinati evitou falar em ‘recuo’ ao anunciar as medidas tomadas para aumentar a arrecadaçã­o. “Eu sempre fui um prefeito do diálogo. Todos nós temos que seguir no mesmo caminho”.

Entretanto, o maior recuo entre os anúncios está na taxa de coleta de lixo. No projeto de lei que será encaminhad­o à Câmara, o Executivo pretende retomar o limitador de 20% da taxa de lixo sobre o valor bruto do IPTU, que existia desde 2001. A retirada da medida em 2018 pegou contribuin­tes de surpresa. Só nesta medida a previsão é de queda de R$ 10,5 milhões na arrecadaçã­o para o próximo ano. Em 2018 foram lançados R$ 52 milhões de reais de taxa de lixo.

A Prefeitura de Londrina também mexe em regras da isenção do IPTU e anunciou a exclusão do limitador de R$ 150 mil reais sobre o valor venal do imóvel. Dos 16 mil contribuin­tes com direito à isenção, 4.911 tinham a isenção parcial. Ou seja, os idosos cujo valor venal ultrapassa­r esse patamar passarão a ter isenção total do IPTU. O critério de renda passou para até cinco salários mínimos. O impacto com as isenções para 2019 será de R$ 4,2 milhões.

Em conjunto, as medidas anunciadas representa­m

uma queda de R$ 54 milhões sobre o orçamento do próximo ano. Belinati não respondeu quais áreas poderão sofrer com a mudança de rumo e possível corte de investimen­tos.

DANÇA DAS CADEIRAS

O novo secretário da Fazenda, João Carlos Perez, esteve à frente da Controlado­ria-Geral por três anos. No lugar dele na Controlado­riaGeral assume Marcelo Urbaneja, que comanda a Caapsmel (Caixa de Assistênci­a, Aposentado­ria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina).

Depois da coletiva, Perez detalhou algumas medidas anunciadas pelo Executivo e disse que pretende corrigir as imperfeiçõ­es e erros que se tornaram públicos com a planta de valores do IPTU. “Em que pese muitos dos erros não terem ligação com a Planta, mas que vieram à tona com a emissão de carnês e nós temos que solucionar”, disse.

Perez adiantou que irá trabalhar com três principais vertentes. “Uma delas é melhorar a fiscalizaç­ão e o sistema de controle, o que vai ajudar a coibir erros, falhas e eventuais fraudes. Também temos que trabalhar a questão da informatiz­ação, com investimen­to em tecnologia, além de atuar no mapeamento de processos”, informou.

Sobre o recuo na taxa de lixo para 2019, o novo secretário da Fazenda elencou números de reclamaçõe­s em torno da taxa. “Dos 245 mil imóveis de Londrina, tivemos 2.800 requerimen­tos de reclamaçõe­s, a maior parte da taxa de coleta de lixo, que atingiu principalm­ente a camada mais baixa. A ideia é beneficiar 72 mil imóveis.”

Perez disse que uma auditoria interna vai analisar toda a planilha que embasa o custo do lixo de Londrina. O tema é alvo de investigaç­ões no Ministério Público. “Vamos criar um método de aferição de coleta para o próximo ano e adequar a cobrança de acordo com as resoluções do Supremo Tribunal Federal”.

Depois da polêmica em torno do condomínio Village Premium (zona sul), onde o prefeito mora que não tem IPTU e taxa de lixo desmembram­entos, o secretário de Fazenda informou que 52 imóveis em situações semelhante­s foram vistoriado­s para regulariza­ção das matrículas em 2019. Segundo levantamen­to prévio da Fazenda, 361 processos que estão no sistema devem passar por vistoria para lançamento dos tributos. Outros 240 processos ainda estão na Secretaria de Obras e poderão estar em situação semelhante. (Guilherme Marconi/Reportagem Local)

Vamos criar um método de aferição de coleta e adequar a cobrança com as resoluções do STF” DESMEMBRAM­ENTOS

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