Julgamento de Carli Filho está marcado para começar nesta terça
Ex-deputado vai a Júri Popular pelas mortes de Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida, em maio de 2009
stá marcado para esta terça-feira (27), a partir das 13 horas, o início do julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, no Tribunal do Júri, em Curitiba. Ele responde por duplo homicídio com dolo eventual (quando se assu- me o risco de matar) pelas mortes de Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, na madrugada do dia 7 de maio de 2009, em Curitiba. Carli Filho, que tinha 26 anos na época, confessou que bebeu antes de dirigir.
Apenas crimes contra a vida em que o réu tinha a intenção de matar são julgados pelo Tribunal do Júri. Daí as tentativas da defesa de Carli Filho nos últimos anos para que o caso não fosse apreciado pelo Júri Popular — os defensores alegam que o ex-deputado não tinha a intenção de matar.
O Tribunal do Júri tem regras diferentes de outro tipo de julgamento. Nele, a sentença é dada pelos sete jurados. A pena, caso o réu seja considerado culpado, é fixada pelo juiz - que preside a sessão mas não pode interferir na decisão dos jurados. O juiz do caso é Daniel Ribeiro Surdi de Avelar.
Para o caso Carli Filho foi realizado um sorteio no dia 29 de janeiro, que escolheu 25 jurados em uma lista de 1.500 pessoas. Nenhum nome foi impugnado pela defesa ou pela acusação. Os possíveis jurados devem comparecer hoje ao Tribunal do Júri. A partir daí, serão sorteados os sete jurados que decidirão o futuro do ex-deputado. Acusação e defesa podem dispen- sar até três dos sorteados cada, sem justificativa, caso em que é realizado um novo sorteio. Os jurados devem ficar incomunicáveis até o fim do julgamento — caso a sessão seja suspensa, eles ficarão hospedados em um hotel.
Apesar de estar marcado para hoje, ainda existem chances de o Júri Popular ser novamente adiado, caso não haja o número suficiente de jurados ou alguma testemunha falte. Neste caso, o juiz pode determinar que a testemunha seja conduzida por força policial, mas existe a possibilidade de ela não ser encontrada.
Acusação e defesa indicaram cinco testemunhas cada (número máximo permitido). Além disso, a mãe de Gilmar Yared, Christiane Yared, será ouvida como informante — diferentemente das testemunhas, ela não tem a obrigação legal de falar a verdade durante o julgamento. Christiane será a primeira a ser ouvida. Em seguida, falarão as testemunhas indicadas pelas partes e o réu será interrogado.
O passo seguinte será o debate entre acusação e defesa. O tempo máximo de debates será de duas horas e meia para cada uma das partes. A tendência é que o julgamento seja concluído na quarta-feira (28).
Ao final, o juiz formula as perguntas que serão votados secretamente pelo Conselho de Sentença. O voto é sigiloso. A decisão é tomada por maioria, ou seja, quatro votos já definem uma sentença. A votação é feita por cédulas, em uma sala especial, longe do acusado e do público.