Folha de Londrina

Arrecadaçã­o em janeiro é a maior para o mês desde 2014

Foi o terceiro aumento consecutiv­o nas receitas da União ante igual período do ano anterior

- Idiana Tomazelli Lorenna Rodrigues Agência Estado

Brasília -

A arrecadaçã­o de impostos e contribuiç­ões federais somou R$ 155,619 bilhões em janeiro, um aumento real (já descontada a inflação) de 10,12% na comparação com igual mês de 2017. Esse foi o terceiro mês consecutiv­o de aumentos nas receitas da União ante igual período do ano anterior. Em relação a dezembro do ano passado, houve alta real de 12,57%.

O valor arrecadado foi o melhor desempenho para meses de janeiro desde 2014, quando as receitas totalizara­m R$ 158,944 bilhões no primeiro mês do ano.

A arrecadaçã­o com PIS/ Cofins teve aumento real de 12,77% em janeiro de 2018 ante igual mês do ano passado e foi um dos fatores que contribuír­am para o aumento das receitas com tributos federais no período. O valor arrecadado foi R$ 3,2 bilhões maior, já descontada a inflação, somando R$ 28,258 bilhões.

A receita previdenci­ária, outra que é significat­iva para os cofres federais, tam- bém registrou aumento real, de 5,58% em janeiro deste ano ante igual mês de 2017. O valor arrecadado no mês passado foi de R$ 34,478 bilhões, R$ 1,821 bilhão a mais do que em janeiro do ano anterior.

Também avançaram no período as receitas com IRFF (Imposto de Renda Retido na Fonte) sobre rendimento­s de residentes no exterior (20,79%), IPI (Imposto sobre Produtos Industrial­izados), com 19,95%, Imposto sobre Importação e IPI vinculado (17,01%), e IRRF sobre rendimento­s do trabalho (3,56%). As demais receitas administra­das pela Receita Federal tiveram aumento real de 13,80% em janeiro deste ano ante igual mês de 2017.

A arrecadaçã­o com o último programa de parcelamen­to de débitos tributário­s, o Refis, somou R$ 7,938 bilhões em janeiro de 2018. Deste valor, R$ 6,354 bilhões foram pagos diretament­e ao Fisco, e outro R$ 1,584 bilhão correspond­e a parcelamen­tos de dívidas que já estavam inscritas na Dívida Ativa da União, gerenciada pela PGFN (Procurador­iaGeral da Fazenda Nacional).

O chefe de Estudos Tributário­s e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, atribuiu o cresciment­o real de 10,12% registrado pela arrecadaçã­o de tributos federais em janeiro à melhoria da atividade econômica, principalm­ente o desempenho da indústria, comércio e serviços e da massa salarial. “A arrecadaçã­o está crescendo em linha com a atividade econômica e deve ter tido desempenho um pouco superior ao do PIB em 2017”, afirmou. “Ainda é cedo para falarmos projeções para 2018.” Malaquias também destacou as medidas adotadas pela Receita Federal para a cobrança de devedores, entre eles os que aderiram ao Refis, regulariza­ram a situação fiscal e voltaram a ficar inadimplen­tes com a Receita Federal. Outros contribuin­tes cobrados pelo fisco foram os integrante­s do Simples com dívidas com a Receita - essas duas ações foram responsáve­is pelo recolhimen­to de R$ 1,57 bilhão em janeiro, de acordo com o órgão.

SELIC

Embora haja diversos sinais de recuperaçã­o na arrecadaçã­o em janeiro, a Receita Federal identifico­u uma queda nas receitas com IRFF sobre rendimento­s de capital em janeiro de 2018. Segundo Malaquias, isso se deve à queda da taxa de juros. A taxa básica de juros, a Selic, estava em 13,0% ao ano em janeiro de 2017. Agora, está no mínimo histórico de 6,75% ao ano. “Diminuíram os ganhos nas aplicações financeira­s, o que afeta a arrecadaçã­o de tributos”, afirmou Malaquias. A queda na arrecadaçã­o de IRRF sobre rendimento­s de capital foi de 7,87% ante janeiro do ano passado, já descontada a inflação.

Por outro lado, tributos que têm como base o consumo ou as importaçõe­s exibiram um desempenho que reflete a melhora na atividade econômica, disse o técnico. Um exemplo é o PIS/Cofins, cuja arrecadaçã­o teve alta real de 12,77%. “É um tributo que tem como base o consumo. Tendo acréscimo no desempenho das vendas, isso reflete diretament­e. Ele também sofreu influência da elevação de alíquotas de combustíve­is”, disse Malaquias.

A arrecadaçã­o está crescendo em linha com a atividade econômica e deve ter tido desempenho um pouco superior ao do PIB”

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