Preço do tomate sobe e deve pesar no orçamento doméstico
Excesso de chuva,segundo a Conab, eleva quantidade de perdas e doenças
Aanálise feita por técnicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento ) aponta que o tomate apresentou altas significativas nas Centrais de Abastecimento em janeiro e pode pesar no orçamento dos brasileiros nos próximos meses. Os dados estão no 2º Boletim Hortigranjeiro, que inclui os preços de diversas variedades de produtos e o consumo nas grandes cidades, com base em informações captadas em entreposto de oito estados.
Da mesma forma que para as outras quatro principais hortaliças comercializadas nos Ceasas, o aumento de preço foi provocado pelo excesso de chuvas, que eleva a quantidade de perdas e de doenças, faz com que o agricultor tenha que descartá-las e, consequentemente, diminui a oferta ao mercado. Somente o alface nos mercados do Rio de Janeiro e de Vitória registrou queda no valor, de 17,74% e 43,42%, respectivamente. Nos demais mercados, o produto teve alta.
Os maiores percentuais de alta de preço ocorreram mesmo com o tomate. De acordo com o boletim, o percentual de alta nas capitais chegou a 95,6% em Vitória, 83% em Belo Horizonte, 77,7% em Goiânia e 66,1% no Rio de Janeiro. Nos demais mercados, o percentual ficou na casa dos 33,8% em São Paulo, de 31,1% em Curitiba, de 39,8% em Recife e de 35,85% em Fortaleza.
As cotações do tomate também ficaram bem acima dos praticados em janeiro de 2017, com variação em alguns mercados de 200%. Naquele mês, os preços estavam nos menores patamares, com uma oferta mais do que suficiente para abastecer os postos de venda, decorrente de uma produção em expansão e um consumo na época retraído.
O que ocorreu neste ano, segundo o boletim, foi que, além de uma produção menor, as intensas chuvas nas regiões produtoras, principalmente no Sul e Sudeste, dificultaram a colheita. Nos últimos meses de 2017, as elevadas temperaturas fizeram que o fruto chegasse em ponto de colheita mais rapidamente e o tomaticultor não tivesse alternativa que não direcionar a produção ao mercado.
A oferta elevada em outubro e novembro de 2017, com o produtor colhendo grande parte da safra de inverno, traduziu-se em pouca disponibilidade do produto em dezembro do ano passado e em janeiro de 2018, o que explica as altas de preço nesses meses.
No fim de janeiro e início de fevereiro denota-se arrefecimento da alta verificada nos últimos dois meses. A safra de verão 2017/18, segundo o Cepea/Esalq, deve entrar em pico de colheita em fevereiro, com a oferta de 21% da área total cultivada nas regiões de Caçador (SC), Itapeva (SP), Venda Nova do Imigrante (ES), Agreste Pernambucano, Nova Friburgo (RJ) e Caxias do Sul (RS). Mas não se quer dizer que ocorrerá diminuição de preço significativa e, sim, a não repetição de percentuais significativos de alta, segundo a Conab.
De acordo com boletim, alta foi de 31% em Curitiba e chegou a 95,6% em Vitória