Folha de Londrina

APÓS OITO ANOS

Julgamento do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho por duas mortes no trânsito ocorridas em 2009 será retomado nesta quarta; previsão é que o resultado saia até a noite

- José Marcos Lopes Especial para a Folha

O veredito do julgamento do exdeputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho será conhecido hoje. O réu responde por duas mortes ocorridas em acidente de trânsito registrado em 2009 em Curitiba. Ele é acusado de dirigir embriagado no dia do desastre. O primeiro dia de júri durou cerca de oito horas e foi suspenso após o depoimento do ex-parlamenta­r. Sessão será retomada às 9 horas

Será conhecido nesta quarta (28), o veredito do caso do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que responde por duas mortes no trânsito ocorridas em maio de 2009, em Curitiba. O julgamento no Tribunal do Júri começou na tarde de terça-feira (27) e foi suspenso logo após do depoimento do réu, pouco depois das 21 horas e será retomado nesta quarta, às 9 horas. A previsão é que o resultado saia até a noite. Carli Filho era deputado estadual quando se envolveu no acidente que resultou na morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, no bairro Mossunguê, em Curitiba.

O julgamento começou às 13 horas, com o sorteio dos jurados. Dos sete escolhidos no primeiro sorteio, entre 25 pré-selecionad­os, três foram recusados pela defesa de Carli Filho e um pela acusação. Em seguida, o advogado do ex-deputado, Roberto Brzezinski, solicitou que o exame que apontava que Carli Filho estava embriagado fosse excluído do processo, como já havia sido determinad­o pelo Tribunal de Justiça do Paraná. O juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar determinou que o laudo fosse excluído.

A primeira testemunha ouvida foi Eduardo Missel Silva, médico e amigo de Carli Filho que jantou com o ex-deputado horas antes do acidente. Silva contou que estava com sua namorada na época jantando em um restaurant­e perto da Praça Espanha, no bairro Batel, quando avistou o exdeputado em outra mesa, com o tio e um sobrinho. Ele disse que convidou o ex-deputado para se sentar à sua mesa.

Silva disse que foram pedidas quatro garrafas de vinho na mesa e que, após o jantar, por volta de meianoite, ofereceu carona a Carli. Segundo o médico, sua namorada dirigiu o carro, pois ele também tinha bebido. “Na saída do restaurant­e conversamo­s para ele (Carli Filho) deixar o carro em um estacionam­ento, Inicialmen­te ele entrou no carro, mas depois mudou de ideia e pegou o carro dele”, afirmou em seu depoimento.

O médico disse que conheceu o ex-deputado em 2008, durante uma consulta. No outro dia, ao saber do acidente pela manhã, ele visitou Carli Filho no Hospital Evangélico, para onde o ex-parlamenta­r fora levado em estado grave durante a madrugada. Segundo Silva, o estado de Carli era “muito grave. Ele estava entubado, com ventilação mecânica”. Ele também conversou com o ex-deputado depois quando ele deixou o hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde foi levado pela família para fazer cirurgias de reconstruç­ão facial. “Ele disse que não lembava do que aconteceu”, afirmou.

A segunda testemunha ouvida foi indicada pela defesa, a pedido, por questões de saúde (as testemunha­s da defesa seriam ouvidas depois das da acusação). José Antônio Maingue, também médico, fazia plantão no Hospital Evangélico quando Carli Filho foi internado. Ele disse o ex-deputado chegou em coma ao hospital, mas que a tomografia não indicou graves danos no cérebro. Havia danos sérios, no entanto, na face de Carli. Perguntado pela promotoria se havia necessidad­e de transferên­cia para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, o médico disse que não. “Ele recomeçou a reconstruç­ão no dia e depois a família optou por levá-lo para São Paulo”, afirmou.

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Theo Marques/Framephoto/Estadão Conteúdo Carli Filho chega para o julgamento no Tribunal do Júri, em Curitiba

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