Folha de Londrina

Barroso estica por mais 60 dias inquérito sobre Decreto dos Portos

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Brasília - Em despacho nesta terça-feira (27), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prorrogaçã­o por 60 dias do inquérito que investiga o presidente Michel Temer sob suspeita de beneficiar empresa na edição de um decreto voltado ao setor portuário.

O ministro também apresentou uma resposta em relação a dois outros pontos levantados pela procurador­ageral da República, Raquel Dodge, em relação ao andamento do inquérito e aos comentário­s feitos pelo diretorger­al da Polícia Federal, Fernando Segovia, sobre o caso.

Primeiro, diante de uma consideraç­ão de Raquel Dodge de que não havia sido consultada sobre a prorrogaçã­o do inquérito determinad­a em dezembro pelo ministro, Barroso explicou que havia tomado essa decisão a pedido da Polícia Federal mesmo sem ouvir a PGR porque se estava na iminência do início do recesso do judiciário e porque considerou a medida razoável.

“Esta relatoria adota a praxe de sempre ouvir o Ministério Público e beneficiar-se de suas judiciosas manifestaç­ões. Na situação referida na cota de fls. 3741/3750, todavia, encontrava-se o Tribunal na véspera do recesso e, portanto, a oitiva do Parquet importaria retardar o andamento em pelo menos um mês e meio”.

Quanto ao pedido de Raquel Dodge para que o ministro ordenasse judicialme­nte que Fernando Segovia não interferis­se nem fizesse mais comentário­s sobre inquéritos em curso, sob pena de afastament­o do cargo, Barroso entendeu desnecessá­rio. O relator afirmou que Fernando Segovia já havia se manifestad­o afirmando “compromiss­o de não interferir em qualquer medida no inquérito em curso”.

SIGILO Em outro ponto, Barroso determinou a abertura de um inquérito para apurar se houve crime na divulgação de informação sigilosa do inquérito. O ministro nomeou uma notícia do Jornal o Globo publicada nesta terça-feira que informava que a procurador­ageral da República, Raquel Dodge, não pediu a quebra de sigilo do presidente Michel Temer. O jornal O Estado de S Paulo apurou que a PF apontou necessária essa medida.

Procurada pela reportagem sobre se, de fato, Raquel Dodge entendeu desnecessá­ria a quebra de sigilo de Temer, a assessoria de comunicaçã­o da PGR informou que o órgão não comenta investigaç­ões sigilosas em andamento. A PGR afirma que todas as medidas pedidas pela Polícia Federal foram analisadas por Raquel Dodge e não há medida pendente de apreciação. Mas não informa qual foi a manifestaç­ão em relação ao presidente.

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