Ocupação em favelas do Rio não será permanente, diz interventor
Rio de Janeiro - Interventor federal na Segurança Pública, general Walter Braga Netto disse na manhã desta terça-feira (27) que o “Rio é um laboratório para o Brasil” no que diz respeito ao uso de forças federais no combate à criminalidade. Braga Netto explicou, no entanto, que as Forças Armadas não irão substituir as polícias. A intervenção manterá as ações de cercos a favelas, mas o trabalho de investigação, prisões e incursões continuará a cargo das polícias.
Segundo o general, durante os dez meses em que irá vigorar a intervenção, não há previsão de ocupações permanentes de favelas, a exemplo do que ocorreu na Maré em 2013 e 2014. Braga Netto participou de uma entrevista à imprensa nesta terça-feira para apresentar detalhes e o novo titular da pasta de Segurança Pública do Estado, o general Richard Fernandes Nunes.
Muito aguardada, já que há uma semana se especulam os rumos da intervenção, a entrevista durou exatos 30 minutos. Com respostas superficiais e breves, os militares responderam nove perguntas dos jornalistas, deixando diversos questionamentos sem resposta. Foi realizado um cadastro prévio das perguntas a serem feitas pela imprensa.
Braga Netto disse que o objetivo da intervenção neste momento seria recuperar a chamada “capacidade operativa das polícias”, com investimentos na estrutura de pessoal e logística das corporações. Braga Netto, no entanto, não divulgou qual será o investimento disponível para reformular e equipar as duas polícias. A Polícia Civil do Rio conta com 9,5 mil policiais, enquanto na PM são 45,7 mil na ativa.