Folha de Londrina

Servidor é reincident­e na Corregedor­ia

- Loriane Comeli Reportagem Local

Servidor da Prefeitura de Londrina há 25 anos, o engenheiro civil Ossamu Kaminagaku­ra responde, atualmente, a dois PADs (processos administra­tivos disciplina­res) por possíveis faltas funcionais ocorridas na Diretoria de Loteamento­s da Secretaria de Obras, segundo informou nesta quarta-feira (28) o corregedor-geral do município, Alexandre Trannin. “São processos relacionad­os a situações ocorridas naquela diretoria”, resumiu. Com a prisão, os processos ficam suspensos. Mesmo afastado do cargo por decisão judicial e, agora, preso, o servidor continua recebendo normalment­e o salário. O valor bruto é de R$ 14,2 mil.

Além dos dois processos em andamento, Kaminagaku­ra já respondeu a outros. Um deles – no qual foi punido com suspensão do trabalho por 15 dias – se refere a irregulari­dades no processo de licenciame­nto da construção do City Shopping, onde está localizada a loja de departamen­tos Havan.

Aquele PAD constatou irregulari­dades na liberação do empreendim­ento, localizado na Avenida Benjamin Constant, como o avanço sobre o recuo obrigatóri­o de 5 metros (a obra foi construída com recuo de apenas 2,5 metros), e edificação em local proibido, já que o shopping é polo gerador de tráfego (PGT) e este tipo de empreendim­ento é vedado para aquele zoneamento (zona comercial 1). Também faltava projeto, alvará de construção e Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV ). Além disso, houve descumprim­ento de ordem de embargo, em razão das irregulari­dades, durante a construção.

Além de Kaminagaku­ra, outros dois servidores foram punidos com suspensão do trabalho. Outros acusados de envolvimen­to nas irregulari­dades, como a então presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano (Ippul), Ignes Dequech, que mudou o entendimen­to sobre irregula- ridades e chancelou a obra, sequer respondera­m ao PAD.

Na esfera judicial, Dequech, Kaminagaku­ra, os dois servidores e os responsáve­is pelo shopping, além de outros réus, respondem a ação por improbidad­e administra­tiva, que tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública, cujas audiências já foram realizadas, faltando apenas alegações finais para que o juiz Marcos Renato Nogueira Garcia possa proferir a sentença. Esta ação foi ajuizada pelo MP em julho de 2014 e todos negam qualquer irregulari­dade. ZR-3 resultaram em nova denúncia na Corregedor­ia, autuada de ofício pelo corregedor. “Em razão do que foi divulgado na imprensa, fiz a autuação. E também já recebemos oficialmen­te do Ministério Público a denúncia e documentos relativos às irregulari­dades.” O próximo passo é a instauraçã­o de sindicânci­a e, se houver elementos, de PAD. Na ação penal da ZR-3, Kaminagaku­ra foi denunciado por sete atos de corrupção passiva (teria exigido propina de empresário­s em diferentes circunstân­cias), além de integrar organizaçã­o criminosa.

NOVA DENÚNCIA Os fatos apurados na Operação

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Gina Mardones/02-06-2016 O corregedor-geral do município, Alexandre Trannin: servidor preso na ZR3 responde a dois processos administra­tivos disciplina­res

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