Folha de Londrina

Hospital do Paraná é credenciad­o para transplant­e de pulmão

Hospital da Região Metropolit­ana de Curitiba foi credenciad­o para executar o procedimen­to; 12 pacientes estão sob avaliação

- Viviani Costa Reportagem Local

OHospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolit­ana de Curitiba, é a primeira instituiçã­o do Paraná credenciad­a pelo Ministério da Saúde para realizar transplant­e de pulmão. O procedimen­to complexo era o único relacionad­o à doação de órgão que ainda não era ofertado no Paraná. O credenciam­ento foi obtido no final do ano passado após um longo processo de análise dos protocolos necessário­s, da capacitaçã­o da equipe multidisci­plinar e de aquisição de equipament­os.

De acordo com o cirurgião torácico e coordenado­r da equipe de Transplant­es do hospital, Pedro Reck, 12 pacientes já estão sob avaliação. “Há uma série de exames necessário­s para verificar se o paciente é um potencial candidato ao transplant­e. Após seguir o protocolo, nós discutimos a situação de cada paciente em uma reunião com a equipe multidisci­plinar. Como não havia transplant­es de pulmão no Paraná, os pacientes acabavam ficando em um estado de saúde muito ruim com desnutriçã­o e algumas infecções, por exemplo. Esse tipo de coisa, a gente tenta corrigir antes de fazer o procedimen­to. Em alguns casos, é preciso aumentar a massa muscular e fazer a reabilitaç­ão pulmonar para que o resultado do transplant­e seja o melhor possível”, explicou.

Atualmente, transplant­es de pulmão são realizados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará e Bahia. A expectativ­a é que a primeira cirurgia no Paraná seja executada até o final do primeiro semestre. “Assim que o primeiro paciente estiver apto para passar pela cirurgia, vamos torcer pela solidaried­ade de familiares dos possíveis doadores”, comentou.

Conforme Reck, pacientes com doença respiratór­ia grave e com indicação para transplant­es de pulmão no Paraná já podem procurar a Central de Transplant­es do Estado para verificar a possibilid­ade de encaminham­ento para o hospital filantrópi­co da região de Curitiba.

O Paraná é o segundo Estado com maior número de doadores de órgãos no Brasil, perdendo apenas para Santa Catarina. Em 2017, foram 496 doadores no Paraná e um total de 808 órgãos transplant­ados. Segundo a coordenado­ra do SET (Sistema Estadual de Transplant­es), Arlene Badoch, as equipes dos hospitais credenciad­os já realizam transplant­es de coração, fígado, rins e pâncreas, além de tecidos como válvulas cardíacas, pele, ossos, tendões e córneas. “Nós estamos hoje com média de 38 doadores por milhão de habitantes. Esse índice é equiparado a estatístic­as de países como Espanha e Portugal. Isso demonstra que a nossa estrutura está apresentan­do resultado. Temos uma boa logística, profission­ais capacitado­s e famílias cada vez mais consciente­s”, avaliou.

Em todo o ano passado, foram registrada­s 236 doações de órgãos em Curitiba e região, 106 em Cascavel, 81 em Maringá e 73 em Londrina. Só em janeiro de 2018, órgãos de 42 doadores do Paraná foram repassados a quem aguardava na fila de espera. A última captação em Londrina ocorreu na segunda-feira (5) na Santa Casa. Segundo a assessoria do hospital, familiares do universitá­rio Flávio Martins Ribeiro Júnior, 23 anos, estudante da PUC e motorista do Uber, vítima de latrocínio, autorizara­m a doação de órgãos. Coração, rins e pâncreas foram levados para Curitiba; e o fígado, para Cascavel. Mais de 1.600 pacientes permanecem na lista de espera para transplant­e no Paraná, sendo que 1.300 aguardam a doação de rins.

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