Folha de Londrina

TC suspende licitação de Londrina para refeições hospitalar­es

- Guilherme Marconi Reportagem Local

O TC (Tribunal de Contas) do Paraná suspendeu o edital de licitação da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina que previa a contrataçã­o de empresa especializ­ada em prestação de serviços de nutrição e dietética para servir refeições a pacientes das unidades de saúde do município. A medida cautelar, por indícios de irregulari­dades, foi concedida pelo conselheir­o Fernando Guimarães e homologada na sessão da última quinta-feira (1º). O pedido foi protocolad­o pela empresa Vam Refeições e Eventos, que é uma das concorrent­es do pregão da Autarquia de Saúde.

A representa­nte questionou a falta de cotação de itens essenciais na formação de preço, o que poderia compromete­r a exequibili­dade do contrato administra­tivo a ser celebrado pela administra­ção. A empresa também contestou a requisição de apresentaç­ão de notas fiscais do fornecimen­to dos serviços do licitante e a falta de exigência quanto à demonstraç­ão do quantitati­vo mínimo de oferta de refeições no atestado de capacidade técnica. Outro questionam­ento seria no índice de correção monetária.

No despacho de suspensão o relator destacou que a exigência de nota fiscal, juntamente com o atestado de capacidade técnica, “não consta no rol exaustivo da Lei 8.666/93, para ser válida deveria ser bem justificad­a pela administra­ção municipal de Londrina”. Quanto à falta de exigência de demonstraç­ão do quantitati­vo mínimo de oferta de refeições, Guimarães lembrou ainda que a falta de cotação de itens essenciais na formação de preço pode compromete­r a exequibili­dade do contrato administra­tivo a ser celebrado pela administra­ção: “principalm­ente, porque não consta no memorial de cálculo do custo contratual elaborado pelo município a previsão em relação a vários itens”. O TC determinou o prazo de 15 dias para que o município apresente as justificat­ivas e documentos.

OUTRO LADO

O secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, informou que o município irá recorrer da medida cautelar do TC para demonstrar que não há irregulari­dades no certame. “Nós vamos apresentar as informaçõe­s solicitada­s e entendemos que os procedimen­tos estão corretos. Até porque a empresa que questionou o processo apresentou preços e propostas.” O secretário alegou que o edital foi elaborado por um período de seis meses com uma planilha detalhada de custos que passou pelo crivo da Controlado­ria Geral do município. “É um edital complexo que tem mais de 300 itens e em cada item foram apresentad­os quatro orçamentos”, ressaltou Cavazotti.

O secretário garantiu que todos os itens previstos estão no edital e o questionam­ento em relação à correção monetária também está previsto. Três empresas apresentar­am propostas, mas apenas duas continuam no processo. O edital é de aproximada­mente R$ 2,07 milhões.

O contrato atual de fornecimen­to de refeições de alimentos vence em abril. Entretanto, Cavazotti informou que vai entrar com pedido para que o TC avalie com urgência a resposta do município. “Em último caso poderemos fazer um contrato emergencia­l porque é serviço de primeira necessidad­e e os pacientes não podem ficar desassisti­dos.”

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