Folha de Londrina

Barroso manda investigar vazamento de dado sigiloso à defesa de Temer

- Reynaldo Turollo Jr. Folhapress

Brasília -

Relator do inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o presidente Michel Temer e a edição de um decreto sobre o setor portuário, o ministro Luís Roberto Barroso mandou investigar o vazamento de informaçõe­s sigilosas à defesa do presidente.

Nesta terça (6), os advogados de Temer pediram a Barroso para ter acesso a um procedimen­to sigiloso - uma ação cautelar, que tramita paralelame­nte ao inquérito em que o ministro determinou a quebra do sigilo bancário do presidente.

“Verifico que a petição apresentad­a pela ilustre defesa do Excelentís­simo Senhor Presidente da República revela conhecimen­to até mesmo dos números de autuação que teriam recebido [no sistema do STF] procedimen­tos de investigaç­ão absolutame­nte sigilosos”, escreveu Barroso em seu despacho. “Diante de novo vazamento, determino [que] seja incluída na investigaç­ão [...] a apuração das responsabi­lidades cabíveis.”

Na segunda-feira (5), Temer informou, em nota à imprensa, que pediu ao Banco Central acesso aos extratos de suas contas bancárias para divulgá-los aos jornalista­s. A nota foi emitida após o site da revista Veja noticiar que Barroso autorizou, no final de fevereiro, a quebra do sigilo bancário do emedebista referente ao período de janeiro de 2013 a junho de 2017.

O inquérito que investiga o decreto dos portos foi aberto no STF no ano passado na esteira da delação da JBS. Além de Temer, são investigad­os o ex-deputado e ex-assessor presidenci­al Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos (SP).

Assinado em maio do ano passado, o decreto sob investigaç­ão ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamen­to de empresas

que atuam em portos e permitiu que eles possam ser prorrogado­s até o limite de 70 anos. PLANALTO

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, anunciou que o presidente da República, Michel Temer, não vai recorrer da decisão do ministro do STF em determinar a quebra do seu sigilo bancário em razão do inquérito que investiga irregulari­dades na elaboração da MP dos Portos. “A decisão de não recorrer é para que o recurso não sirva de munição à hipocrisia dos adversário­s”, declarou Marun em entrevista no Planalto.

(Colaborou Agência Estado)

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