Folha de Londrina

PF mantém sigilo sobre roubo milionário

- José Maria Tomazela Agência Estado

São Paulo - A Polícia Federal decidiu manter sigilo sobre as investigaç­ões do roubo de US$ 5 milhões em dinheiro vivo (cerca de R$ 16,5 milhões), transporta­dos em um avião da empresa aérea Lufthansa, no Aeroporto Internacio­nal de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. Em nota divulgada nesta terça-feira (6) a Delegacia da PF informa que “o caso está sendo tratado com diligência para não atrapalhar as investigaç­ões”.

O roubo aconteceu na noite de domingo (4), quando ao menos cinco homens armados com fuzis arrebentar­am cercas e portões, renderam funcionári­os e invadiram o Terminal de Cargas. A quadrilha usou um clone do veículo da segurança oficial do aeroporto para passar pela vigilância. Na fuga, o veículo foi incendiado.

A equipe da PF de Campinas ganhou reforço de um delegado e policiais da Superinten­dência em São Paulo. Imagens captadas por mais de uma dezena de câmeras instaladas no trajeto feito pelos criminosos já foram recolhidas e estão sendo analisadas. Agentes federais estiveram no aeroporto nesta terça para ouvir funcionári­os da Brinks, que seria responsáve­l pelo transporte do dinheiro, e de outras empresas.

A PF tenta descobrir quem passou informaçõe­s aos criminosos sobre o transporte dos dólares. O cargueiro havia decolado do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e a quadrilha sabia o momento exato em que a carga estaria mais vulnerável, exposta no pátio do terminal. O uso de veículo clonado, com as cores e marcas da segurança oficial do aeroporto, indica que a operação foi planejada com antecedênc­ia

Também está sendo investigad­o o destino dos dólares. Na segunda-feira, a PF divulgou que o dinheiro seria levado para Zurique, na Suíça, mas a companhia aérea informou que o ponto final do voo, com passagem por Dacar, no Senegal, seria Frankfurt, na Alemanha.

Outros pontos intrigante­s do assalto, como o fato de não haver funcionári­os da Brinks junto ao carro-forte que estava no local, e por que o dinheiro havia sido retirado do avião, também estão no alvo das investigaç­ões. A transferên­cia de grandes montantes de dinheiro para outros países é acompanhad­a pelo Banco Central do Brasil e pela Receita Federal

Nesse caso, tanto a PF quanto a Receita informaram que a operação estava autorizada e que a origem dos dólares havia sido comprovada, embora, por questão de sigilo bancário, o autor da remessa não tenha sido identifica­do.

Conforme a Receita Federal, o envio de grandes somas para o exterior precisa estar atrelado à declaração do imposto de renda da pessoa física ou da empresa e deve ser informado ao Banco Central. A Brinks informou continuar à disposição das autoridade­s.

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Denny Cesare/Código19/Estadão Conteúdo Equipe da PF de Campinas ganhou reforço nas investigaç­ões

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