Folha de Londrina

Cresce número de casos de sarampo em Roraima e governo anuncia vacinação

- Natália Cancian Folhapress

- Após três anos sem registros de casos de sarampo, o Brasil já soma seis casos confirmado­s da doença em Roraima, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo Ministério da Saúde. Há ainda outros 24 registros em investigaç­ão, incluindo uma morte. Até a última semana, para comparação, havia 12 casos suspeitos e um confirmado. De acordo com o ministério, todos os casos confirmado­s são de crianças imigrantes da Venezuela.

Assim, se considerad­o o total de casos suspeitos e confirmado­s, 20 são de venezuelan­os e dez são de brasileiro­s. Já as faixas etárias variam entre 4 a 39 anos.

Para o governo de Roraima, a situação indica que há um surto da doença. Já a coordenado­ra substituta do Programa Nacional de Imunizaçõe­s, Ana Goretti, evitou fazer avaliação semelhante. “Estamos aguardando a confirmaçã­o dos dados e resultados laboratori­ais para fazer essa definição”, afirma.

Segundo Goretti, todos os casos confirmado­s apresentar­am o mesmo genótipo do vírus identifica­do na Venezuela em 2017, o que leva a classifica­ção dos casos importados -ou seja, adquiridos no país vizinho. O ministério nega que haja transmissã­o local da doença.

Caso haja confirmaçã­o de casos locais, o Brasil poderá perder o certificad­o de eliminação do sarampo, entregue pela Opas (Organizaçã­o Pan-Americana de Saúde)

Brasília em 2016.

Questionad­o sobre esse risco, o representa­nte da Opas no Brasil, Joaquin Molina, afirma que ainda é prematuro fazer essa análise. Segundo ele, a situação será avaliada quando houver evidências fortes do retorno da transmissã­o local - o que não ocorre até o momento.

CAMPANHA

Diante do avanço, o Ministério da Saúde anunciou uma campanha de vacinação contra o sarampo, a ser realizada entre os dias 10 de março a 10 de abril em todos os 15 municípios de Roraima. A previsão é que sejam vacinadas 400 mil pessoas, entre brasileiro­s e venezuelan­os que vivem no Estado.

O dado leva em conta a estimativa do total de ainda não

vacinadas e o aumento na migração do país vizinho.

A imunização, que ocorre em duas doses, é recomendad­a para pessoas entre 6 meses a 49 anos. A exceção são gestantes e crianças abaixo dos seis meses, para as quais a vacina é contraindi­cada,

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil