Bachelet pede convocação de Constituinte
“Governaremos até o último dia.” Assim se justificou a presidente do Chile, Michelle Bachelet, ao enviar ao Congresso, nesta terça-feira (6), cinco dias antes de deixar o poder, o projeto de lei que pede a convocação de uma nova Assembleia Constituinte.
A redação de uma nova Carta para o país - a atual remonta a 1980, ou seja, é da época da ditadura do general Pinochet - era uma das principais promessas de campanha de Bachelet.
Ao longo desse período, porém, a presidente enfrentou muita resistência parlamentar ao tentar dar seguimento à proposta e foi interrompida por obstáculos de gestão e por acusações de corrupção envolvendo sua família.
Porém, Bachelet considera que, mesmo entregando o projeto a poucos dias de transmitir o cargo ao centro-direitista Sebastián Piñera - que é contra a redação de uma nova Carta -, o gesto significará mais do que algo simbólico.
Entre os principais pontos da proposta estão aqueles que dizem respeito à ampliação de direitos civis e do acesso gratuito a educação e saúde, assim como uma reforma no sistema de aposentadorias. A nova Carta também faria um reconhecimento dos povos originários - não contemplado na legislação atual e que vem gerando intensos conflitos no sul do país.
Buenos Aires, Argentina