Executivos da BRF se reúnem com ministro
Brasília
- Com as exportações de três plantas suspensas para 12 mercados, executivos da BRF estiveram nesta terça-feira (6) com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “O ministro está atento às preocupações da companhia, às implicações que uma ação como a de ontem (segundafeira) pode ter”, afirmou o CEO global da companhia, José Drummond. “As operações da companhia são muito importantes para as exportações brasileiras, é importante a gente cuidar dos impactos que não sejam necessários”, disse, acrescentando que a empresa está “atenta” para preservar a tranquilidade de parceiros, consumidores e colaboradores.
A BRF foi centro da terceira etapa da Operação Carne Fraca, batizada de Trapaça, deflagrada na segunda. O ex-presidente do grupo Pedro de Andrade Faria foi um dos 11 presos. A operação investiga setores da companhia e laboratórios credenciados que teriam falsificado laudos sanitários para a exportação de carne de ave, diminuindo a quantidade de bactérias salmonelas presentes nas amostras. “Tivemos uma conversa técnica bastante importante para esclarecer os eventos”, disse Drummond, que ficou cerca de duas horas no gabinete do ministro. “Estamos bastante confiantes nos próximos passos.”
EXPORTAÇÃO
O Centro de Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês), de Hong Kong, informou ter pedido esclarecimentos às autoridades competentes brasileiras sobre a terceira fase da Operação Carne Fraca. Em um comunicado de alerta sobre incidentes alimentares, publicado em seu site, o CFS diz que está investigando se produtos envolvidos na investigação chegaram ao mercado local. O órgão do governo relatou, ainda, que “permanecerá vigilante, monitorando qualquer novo desenvolvimento sobre o caso, e irá tomar as medidas adequadas quando necessário”.
Já a ex-funcionária da BRF, na unidade de Chapecó (SC), Tatiane Alviero, que trabalhava com rações para engorda de frangos, suínos e perus, confirmou em depoimento à Polícia Federal que relatou internamente fraudes nas informações de produto repassadas aos órgãos de fiscalização. “As fórmulas nem sempre atendiam ao regulatório do Ministério da Agricultura. Por essa razão, era necessário então fazer uma adequação para que deixassem o rótulo do Premix adequado à norma”, declarou Tatiana. Após depoimento, ela foi libertada. “A fraude era de conhecimento dos superiores da fábrica.”
O Premix é utilizado como complemento vitamínico e mineral às rações fabricadas pela empresa. A suposta burla investigada pela PF e Ministério Público Federal estaria em “inserir componentes não permitidos, seja por alterar as porcentagens dos componentes indicadas nas etiquetas”.