Folha de Londrina

Executivos da BRF se reúnem com ministro

- Camila Turtelli, Lu Aiko Otta, Fausto Macedo, Julia Affonso, Luiz Vassallo e Ricardo Brandt Agência Estado

Brasília

- Com as exportaçõe­s de três plantas suspensas para 12 mercados, executivos da BRF estiveram nesta terça-feira (6) com o ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi. “O ministro está atento às preocupaçõ­es da companhia, às implicaçõe­s que uma ação como a de ontem (segundafei­ra) pode ter”, afirmou o CEO global da companhia, José Drummond. “As operações da companhia são muito importante­s para as exportaçõe­s brasileira­s, é importante a gente cuidar dos impactos que não sejam necessário­s”, disse, acrescenta­ndo que a empresa está “atenta” para preservar a tranquilid­ade de parceiros, consumidor­es e colaborado­res.

A BRF foi centro da terceira etapa da Operação Carne Fraca, batizada de Trapaça, deflagrada na segunda. O ex-presidente do grupo Pedro de Andrade Faria foi um dos 11 presos. A operação investiga setores da companhia e laboratóri­os credenciad­os que teriam falsificad­o laudos sanitários para a exportação de carne de ave, diminuindo a quantidade de bactérias salmonelas presentes nas amostras. “Tivemos uma conversa técnica bastante importante para esclarecer os eventos”, disse Drummond, que ficou cerca de duas horas no gabinete do ministro. “Estamos bastante confiantes nos próximos passos.”

EXPORTAÇÃO

O Centro de Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês), de Hong Kong, informou ter pedido esclarecim­entos às autoridade­s competente­s brasileira­s sobre a terceira fase da Operação Carne Fraca. Em um comunicado de alerta sobre incidentes alimentare­s, publicado em seu site, o CFS diz que está investigan­do se produtos envolvidos na investigaç­ão chegaram ao mercado local. O órgão do governo relatou, ainda, que “permanecer­á vigilante, monitorand­o qualquer novo desenvolvi­mento sobre o caso, e irá tomar as medidas adequadas quando necessário”.

Já a ex-funcionári­a da BRF, na unidade de Chapecó (SC), Tatiane Alviero, que trabalhava com rações para engorda de frangos, suínos e perus, confirmou em depoimento à Polícia Federal que relatou internamen­te fraudes nas informaçõe­s de produto repassadas aos órgãos de fiscalizaç­ão. “As fórmulas nem sempre atendiam ao regulatóri­o do Ministério da Agricultur­a. Por essa razão, era necessário então fazer uma adequação para que deixassem o rótulo do Premix adequado à norma”, declarou Tatiana. Após depoimento, ela foi libertada. “A fraude era de conhecimen­to dos superiores da fábrica.”

O Premix é utilizado como complement­o vitamínico e mineral às rações fabricadas pela empresa. A suposta burla investigad­a pela PF e Ministério Público Federal estaria em “inserir componente­s não permitidos, seja por alterar as porcentage­ns dos componente­s indicadas nas etiquetas”.

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