Desconhecimento sobre o funcionamento das instituições
A pesquisa desenvolvida pelo Ministério Público abordou temas como cidadania, política, eleições, voto consciente e o funcionamento dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Os dados finais mostraram jovens desacreditados e pouco envolvidos com o assunto. Em ano de eleições para deputados, senadores, governador e presidente, os estudantes demonstraram ceticismo nas ideias apresentadas. Mais de 74% dos mais de 10 mil alunos entrevistados não acreditam que deputados estaduais e federais representem realmente a população. Os senadores têm rejeição de 75,4%, o governador desagrada 77,8% dos entrevistados e o presidente da República é o mais desacreditado na pesquisa: 81% não confiam na autoridade do atual chefe de governo.
Apenas 33% dos participantes da pesquisa com idade entre 16 e 18 anos disseram ter tirado título de eleitor. Além disso, 68% concordaram parcial ou totalmente com a frase “os políticos são todos corruptos”. Corrupção, entretanto, que não encontra grandes barreiras entre 19,8% dos pesquisados, pois 14,2% concordam totalmente e 5,6% parcialmente com a frase: “Venderia meu voto por R$ 1 mil”.
As respostas a questões ligadas à cidadania e à representação política mostram desconhecimento quanto ao funcionamento das instite tuições. Responderam não saber o que é a Constituição Federal 41,2% dos alunos. E o que faz um deputado estadual? 41% dos estudantes não sabem, assim como 33% não têm ideia do que faz um juiz de Direito, e 39,3% dizem o mesmo do Ministério Público.
O promotor de Justiça Eduardo Cambi, coordenador do Geração Atitude, viu o resultado da pesquisa com preocupação, especialmente no que se refere à passividade revelada pelos estudantes. “Eles acreditam que a corrupção é um dos grandes problemas do país e que os políticos não representam adequadamente a sociedade, mas não tomam atitudes para mudar esse quadro. São pouquíssimos os que têm interesse pela política e que participam de atividades de cidadania, dentro ou fora da escola. Ou seja, os jovens acreditam que a situação está ruim, mas pouco ou nada fazem para mudá-la e parecem não acreditar na força da participação popular.”
A política estudantil também não é atraente aos olhos dos estudantes, já que 55,5% nunca participaram ou nem sabiam que existiam eleições para diretores dos colégios. Apenas 5,9% responderam positivamente para alguma participação no movimento estudantil, enquanto 56% jamais foram e 38% foram poucas vezes a reuniões. Na pergunta feita de maneira direta questionado se o estudante se interessava ou não pela política, apenas 37,7% acenaram positivamente.
Local) (Reportagem