Defesa de Rony Alves diz que denúncia do MP é ‘precária’
Parlamentar protocola resposta à acusação por corrupção e explica frase em que rejeita ‘só tapinha nas costas’ por alteração em zoneamento
Oadvogado do vereador afastado Rony Alves (PTB), Maurício Carneiro, protocolou no processo que tramita na 2ª Vara Criminal nesta sexta-feira (9) a resposta à acusação feita pelo Ministério Público na Operação ZR3, que investiga suposto esquema de cobrança de propinas para alterações de zoneamento na Câmara Municipal de Londrina.
A defesa prévia do parlamentar, com 62 páginas, pretende rebater todos os pontos das acusações feitas pelo MP, que denunciou Alves por organização criminosa e corrupção passiva. Em coletiva de imprensa nesta sexta, o vereador afastado negou ter recebido propina. Já a defesa sustenta que não há provas e que a investigação foi mal conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Na coletiva, Alves rebateu a acusação de que a frase “só não pode no final, ele vir com um tapinha nas costas”, captada em áudio dele seria pedido de propina. Na denúncia, o Gaeco alegou que as conversas monitoradas entre o vereador, o denunciante do esquema Júnior Zampar (agricultor, proprietário da área na Gleba Lindoia), o suposto lobista preso, Luiz Guilherme Alho, e o então presidente da Câmara Mario Takahashi (PV ) indicam o crime de corrupção. Segundo o vereador afastado, na conversa com Takahashi ele quis dizer que contava com apoio da família de Zampar nas futuras eleições. “O que eu espero dele é que lá na frente nos ajude através de votos”, justificou Alves.
Rony Alves voltou a defender as indicações de Alho e Cleuber Moraes Brito, então membros do CMC (Conselho Municipal das Cidades), para realização do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), como condicionante fundamental para mudança de zoneamento urbano. “São os melhores profissionais da área.” E acrescentou que só indicou os dois porque o empresário havia lhe dito que não entendia nada de mudança de zoneamento.
Na defesa, Carneiro classi- para derrubar os dois então vereadores que se colocaram como pré-candidatos a deputado nas eleições de outubro. “Temos pessoas sustentando isso. Vamos tentar provar isso durante a instrução processual, embora não seja necessário porque não tem nada contra o Rony, mas é um ponto de interrogação,” disse Carneiro. No documento encaminhado à Justiça, foram arroladas oito testemunhas pela defesa.
ficou as acusações de “precárias” e a Operação ZR3 de “midiática”. O advogado sustentou ainda que não há nas CP NA CÂMARA
A defesa prévia do ex-presidente da Casa, Mario Takahashi (PV), será apresentada na segunda-feira (12), prazo final determinado ao réu pela Justiça. Na última segunda-feira (5) as defesas prévias dos dois vereadores afastados haviam sido apresentadas na Câmara Municipal de Londrina contra abertura de Comissão Processante. Questionado sobre possível renúncia ao cargo, Alves refutou. “Não há razão porque eu tenho convicção da minha inocência. O Ministério Público não tem nenhuma prova contra mim”, concluiu.