Folha de Londrina

Problemas jurídicos travam avanço de pedidos da cassação na CML

- Vitor Struck Especial para a FOLHA

Mais de um ano de gravações e conversas intercepta­das e não há sequer pedidos de vantagens”

intercepta­ções telefônica­s pedidos de dinheiro. “Mais de um ano de gravações e conversas intercepta­das e não há sequer pedidos de vantagens”. O advogado considerou natural as conversas no gabinete com empresário­s. “Não existe uma condição nas falas: ‘O político pede votos e sobrevive de votos’”.

Na coletiva os dois ainda acusaram o denunciant­e do suposto esquema de estar sendo usado politicame­nte

A Mesa Executiva da Câmara Municipal analisou no final desta semana quatro das cinco representa­ções que chegaram à Casa neste ano. Destas, três foram protocolad­as pelo exvereador Emerson Petriv, o Boca Aberta, e uma por três partidos que têm vereadores eleitos em Londrina: PSD, PPS e PSC.

A representa­ção número 5, protocolad­a pelo diretório municipal dos partidos, pede a cassação do mandato do prefeito Marcelo Belinati (PP) pela omissão sobre as irregulari­dades na cobrança do IPTU do imóvel dele próprio, no condomínio Village Premium, além da ausência da cobrança da taxa do lixo. Segundo o presidente da Câmara, o vereador Ailton Nantes (PP), sendo o prefeito um membro do executivo e não do parlamento, os partidos deveriam ter embasado o pedido no Decreto 201/67 e não no Código de Ética e Decoro Parlamenta­r (CEDP).

“Neste caso, o Código de Ética é deixado de lado e utiliza-se o decreto. O decreto estipula que, para ser acatada a representa­ção, ela deve ser feita por eleitores e não por partidos”, explica Nantes.

Ainda sobre esta representa­ção, a procurador­ia Jurídica da Câmara e Mesa Executiva não optaram pelo arquivamen­to e vão notificar os partidos, que terão dez dias para a regulariza­ção. “O decreto tem alguns artigos que foram suspensos por uma Adin (Ação Direta de Inconstitu­cionalidad­e), então ele não pode ser seguido na questão do julgamento do executivo” afirma.

“A procurador­ia está entendendo que deve-se regulariza­r o feito para se evitar um mal maior no futuro, que seria uma nulidade por falta de legitimida­de”, explica o procurador jurídico da Câmara Municipal de Londrina, Miguel Aranega Garcia.

Já as representa­ções 2, 3 e 4, protocolad­as pelo vereador cassado Emerson Petriv, pediam a cassação dos mandatos dos vereadores Jamil Janene e Tio Douglas (por suposto cometiment­o de ato em desacordo ao decoro parlamenta­r “por terem celebrado acordo que tenha por objeto a posse de suplente”), também do prefeito Marcelo Belinati, e dos vereadores afastados Rony Alves e Mário Takahashi (por conta dos fatos revelados na Operação ZR3), respectiva­mente.

Segundo Nantes, a representa­ção número 3 também foi embasada erroneamen­te no Código de Ética e Decoro Parlamenta­r e não no Decreto 201/67. Desta forma, a autoria dos pedidos deveria ter sido de Emerson Petriv na condição de eleitor, o que não ficou claro porque ele apresentou uma comprovaçã­o de votação de 2014 e não das eleições de 2016.

“Ele precisa comprovar, no caso da representa­ção contra o Executivo, que ele é eleitor. É notório que o Emerson passou por um processo aqui na Casa, de cassação, então nós precisamos anexar esta comprovaçã­o” explica.

Os alvos de Boca Aberta na representa­ção número 4 ( Jamil Janene e Tio Douglas) também estavam na mira do ex-vereador na justiça. Na tarde de ontem (9) o juiz da Primeira Vara de Fazenda Pública, Marcos José Vieira, despachou a sentença julgando-a improceden­te. Nesta ação Petriv acusava também o prefeito Marcelo Belinati de “desvio de finalidade, contrarian­do os princípios da moralidade” por ter nomeado Fernando Madureira (eleito vereador) para a Presidênci­a da Fundação de Esportes e de Douglas Pereira para a Superinten­dência da Acesf, possibilit­ando a Janene assumir uma cadeira como vereador.

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