Folha de Londrina

‘Troca-troca’ de partidos na AL

A expectativ­a não é de aumento de membros da oposição, mas de que alguns nomes da situação passem a se declarar independen­tes

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

A “janela partidária” e a proximidad­e do pleito de outubro devem contribuir para alterar, já nas semanas seguintes, a configuraç­ão na Assembleia Legislativ­a (AL) do Paraná. Hoje, das 54 cadeiras, 33 são ocupadas por integrante­s da base aliada ao governador Beto Richa (PSDB). A expectativ­a não é de que a oposição, de sete membros, cresça, mas de que alguns nomes da situação passem a se declarar independen­tes, especialme­nte aqueles do bloco informal PSC-PSD, liderado por Ratinho Jr. (PSD), que é pré-candidato ao Palácio Iguaçu.

A janela, período em que os políticos podem trocar de sigla sem o risco de perderem seus mandatos, começou na última quinta-feira (8) e vai até 7 de abril – exatamente seis meses antes do primeiro turno das eleições. Questões como cláusula de barreira, fundo partidário e os cenários nacional e municipal tendem a pesar na decisão. A data final é a mesma em que Beto terá de decidir se deixa a chefia do Poder Executivo para concorrer ao Senado.

Embora o tucano não tenha anunciado a desincompa­tibilizaçã­o, sabe-se que a vice-governador­a, Cida Borghetti (PP), tentará sucedê-lo, levando consigo parte consideráv­el da máquina do Estado. Assim, a tendência é de que o ex-secretário do Desenvolvi­mento Urbano busque cada vez mais se “deslocar” da administra­ção estadual, contando com o apoio dos colegas de Parlamento. Atualmente, ele “controla” outros 13 deputados, sendo cinco do PSC e oito do PSD. A ideia, porém, é de que o número suba para 17 ou 18.

O que se comenta nos bastidores é que Missionári­o Ricardo Arruda (PEN), Mauro Moraes (PSDB), Adelino Ribeiro (PSL), Cantora Mara Lima (PSDB), Ademir Bier (MDB) e Jonas Guimarães estariam conversand­o com o grupo. O primeiro vice-presidente da AL, Guto Silva (PSD), não confirma a informação, mas conta que de fato muitos deputados estão procurando as duas legendas. “Com a reforma política, mudou o quociente de montagem de chapa. Era de 200% sobre o valor do partido e foi para 150%. Essa modificaçã­o obriga os partidos a diminuírem as co- ligações e a montarem chapas competitiv­as”, explica.

Se depender do bloco, a “dança das cadeiras” na AL promete ser grande. “Nós já viemos numa chapa competitiv­a (em 2014) e estamos trabalhand­o para montar uma proporcion­al neste ano ainda mais atrativa. Estamos gastando bastante energia para conseguir capilarida­de, ter uma chapa boa para, pensando já lá na frente, ter um trabalho consistent­e na Assembleia, um grupo fechado. Isso tem atraído um diálogo aberto e forte com várias lideranças, que querem a reeleição”, completa Guto.

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