SENSAÇÃO
- O brasileiro Cristian Ribera, de apenas 15 anos, conseguiu nesse domingo (11) um feito inédito para o País nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pyeongchang. Em sua estreia, na disputa da prova de 15 quilômetros do esqui cross-country sitting, o atleta mais novo de todo o evento terminou o percurso na sexta colocação, com 46min35s02.
O resultado é o melhor já conquistado por qualquer atleta sulamericano na história da competição. A medalha de ouro da modalidade ficou com o ucraniano Maksym Yarovyi, com 41min37s0. Completaram o pódio o norte-americano Daniel Cnossen (42min20s7) e o sul-coreano Eui Hyun Sin (42min28s9).
“É inexplicável a sensação. A prova foi muito boa. Me senti bem, escolhemos a estratégia certa, mantendo o ritmo constante e atacando nos momentos corretos. Apesar de não ter sido top 5, fiquei entre os 10 primeiros, que era a minha meta principal. Agora vou ligar para minha mãe e agradecer cada centavo que ela gastou comigo”, disse Ribera.
No total, 29 atletas participaram da disputa, que reuniu competidores com deficiência nos membros inferiores e que usam o sit-ski. Ribera foi o 16º a largar - nessas disputas mais longas, os atletas saem a cada 30 segundos.
Durante boa parte da prova, o brasileiro conseguiu se manter entre os cinco primeiros colocados. Após 10km de disputa, no entanto, sofreu uma queda em umas das curvas na descida e perdeu duas posições. “Estava muito rápido e não consegui cravar o bastão. Acabei escorregando e ficando de lado, meio deitado. Mas me levantei rápido e recuperei para chegar em sexto”, contou o garoto de 15 anos. O melhor resultado até então entre atletas do País em Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno havia sido em 2006, com o nono lugar de Isabel Clark no snowboard, na Olimpíada de Turim, na Itália. O garoto de 15 anos ainda disputará duas provas individuais, de 1,1km (na próxima terçafeira) e de 7,5km (no dia 17), além de um revezamento ao lado de Aline Rocha, também no dia 17, em Pyeongchang.
Ribera nasceu com artrogripose, doença congênita que afeta articulações das extremidades e precisou passar por 21 cirurgias As operações ocorreram para correções nas pernas, sendo a última delas há pouco mais de quatro anos.