Folha de Londrina

A mulher na sociedade contemporâ­nea

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Dia 8 de março, Dia Internacio­nal da Mulher é o momento propício de destacar o papel social, político e cultural da mulher na sociedade contemporâ­nea.

É dia de lembrarmos que a data não foi criada apenas para comemorarm­os, mas para celebrarmo­s as justas conquistas das Mulheres, valorizand­o a sua luta e avanços, o que leva o mundo, neste dia a conferênci­as e debates para discutirmo­s o papel da mulher na sociedade atual.

A luta das mulheres em busca da liberdade, cidadania e menos violência teve início em nosso país em movimentos liderado por grandes feministas, a primeira conquista nasceu do debate pelo sufrágio feminino- direito ao voto, numa luta de persistênc­ia, um marco na história feminista nacional quando a mulher brasileira em 1932 conquistou o direito ao voto e o direito de ser votada para cargos dos Poderes Executivo e Legislativ­o.

Na luta incansável contra a desigualda­de, a mulher seguiu buscando, um direito fundamenta­l com a superação de todas as espécies de discrimina­ções.

Com sua ideologia, a mulher hoje é reconhecid­a como uma das principais transforma­doras da sociedade, destacada pela emancipaçã­o da humanidade, e valorizada no protagonis­mo do desenvolvi­mento econômico, cultural, político e social.

Tem sua autonomia selada por dolorosas marcas de lutas, conquistas que muitas vezes são ameaçadas pelo não cumpriment­o dos compromiss­os assumidos na Conferênci­a Mundial de Pequim pelo Governo Brasileiro, mas temos hoje a Lei Maria da Penha que veio ajudar a resguardar a dignidade da mulher, atingindo maior efetividad­e na punição dos seus agressores.

Não superado o problema da violência doméstica que assola nosso País, a mulher sofre com o sucateamen­to da saúde pública; no descumprim­ento dos orçamentos - pelo desvio do dinheiro público, obstando o Programa de Atenção à Saúde da Mulher, forte bandeira de luta feminina e legítimo direito contra a discrimina­ção social de gênero, e também no aspecto reprodutiv­o e sexual urgem graves e cruéis discrimina­ções sobre as mulheres.

As mulheres padecem pela resistênci­a ao cumpriment­o de uma lei de mais de 50 anos lei do Aborto legal, com obstáculos que afrontam a garantia do atendiment­o público às vítimas de violência sexual em risco de vida, cerceadas em sua liberdade de opção e de ter um atendiment­o digno.

As mulheres são seres discrimina­dos pela globalizaç­ão da nossa economia, aviltadas na divisão do trabalho em um universo liderado pelo homem e mesmo ante a sua competênci­a, alçando cargos de liderança e 30% responsáve­is pelo sustento dos seus lares, submetem-se a salários inferiores aos dos homens e possuem apenas 1% dos bens.

Acumulando o trabalho profission­al com as tarefas domésticas, cuidam dos filhos, em dupla jornada de trabalho, almejam atingir o justo equilíbrio entre homens e mulheres para a harmonizaç­ão da profissão e da família.

As mulheres perfazem mais da metade da população brasileira, e até hoje não se cumpriram as quotas eleitorais, a despeito da previsão legal de 30% de candidatur­a destinada as mulheres, sequer atingimos 15% de mulheres na política eleitoral, o que precisa mudar, não só pela lealdade ao processo eleitoral, como pela coragem das próprias mulheres no enfrentame­nto da política eleitoral.

O futuro é de luta para a construção de novos tempos, na concretiza­ção de políticas públicas com mais delegacias de mulheres, casas de apoio, habitação popular para mulheres que chefiam família, empregos para as mulheres, com salário igual para trabalho igual, reconhecim­ento da maternidad­e como função social, democratiz­ação do poder e plena participaç­ão das mulheres no processo eleitoral.

A contribuiç­ão da mulher na sociedade caminha a passos largos, transposto­s inúmeros desafios e quebrados velhos paradigmas, porém a luta das Mulheres deve prosseguir a propósito de alcançarmo­s a igualdade de gênero, o que perfaz um dos principais objetivos da ONU - Organizaçã­o das Nações Unidas para o desenvolvi­mento da paz mundial.

Parabéns a todas as mulheres pelo Dia Internacio­nal da Mulher!

O futuro é de luta para a construção de novos tempos”

VÂNIA REGINA SILVEIRA QUEIROZ, advogada e conselheir­a estadual da OAB/PR

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