Fundo partidário deve subsidiar campanhas
Nas eleições de outubro os partidos irão contar com um fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão de dinheiro público injetado nas campanhas para compensar o fim das doações de empresas. A maior fatia do bolo fica com os grandes partidos, MDB, PT e PSDB. Serão R$ 212,3 milhões para campanha petista, R$ 185,8 milhões para os tucanos e R$ 234,3 milhões para os mdebistas. Outras siglas, de médio porte também ganharam maior participação, como o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, que receberá R$ 56,8 milhões a mais em 2018 se comparado a 2014.
O presidente estadual do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o deputado federal Alex Canziani (PTB), estima que a arrecadação por meio do financiamento coletivo será muito pequena e que a imensa maioria dos recursos virá do fundo eleitoral. “Eu ainda sou a favor do financiamento privado de campanha. Não justifica pegar R$ 2 bilhões para colocar em campanha política” diz. Sobre a prática que a reforma eleitoral tentou evitar, de se realizar uma doação para depois da eleição o doador cobrar favores políticos, Canziani diz que ainda é algo possível mesmo com a proibição do financiamento privado. “Hoje, do jeito que está, o diretor de uma empresa pode fazer também a doação, como pessoa física. Poderia ter regras melhores para a participação das empresas, teria que ter limites” afirma.
INTERNET
O presidente estadual do Democratas, o deputado estadual Pedro Lupion, informa que alguns escritórios de advocacia que desenvolvem ferramentas de crowdfunding já procuram a legenda para oferecer o serviço à campanha de 2018. Ele também vê pouca possibilidade de adesão, principalmente para eleições proporcionais. “Nas campanhas majoritárias vejo que é possível angariar adeptos, principalmente para quem usar bem a internet”. Mas ele não acredita na adesão para campanha de deputados. “Estou bem reticente porque o limite da doação de pessoa física é baixo. Os deputados e partidos estão apostando no fundão eleitoral para arrecadação de campanha.” Por outro lado, o deputado lembra que o custo das campanhas baixou. “Essa é a parte positiva. Não será possível contratar muitos cabos eleitorais, não existe essa dinheirama toda”, pontua.