Partido de Bolsonaro deve ganhar bancada na Assembleia do Paraná
Arruda e Francischini justificam escolha por ser a mais próxima da direita; entre as propostas estão o fim do MST e do repasse de dinheiro a organizações de direitos humanos
O Partido Social Liberal (PLS), do pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL-RJ), também deve ganhar representantes na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná. Até agora, dois parlamentares anunciaram que irão migrar para a sigla: Felipe Francischini (SD), que segue o caminho do pai, o deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), e Missionário Ricardo Arruda (PEN). Ambos justificaram a escolha por ser a mais próxima do “conservadorismo de direita”. A data da mudança ainda não foi definida.
Arruda chegou a conversar com o PSD de Ratinho Jr., entretanto, contou que optou por caminhar junto de Bolsonaro, com quem tem mais identificação. “Não tem outro lugar. Meu caminho sempre foi de direita, desde o início do meu mandato. Sempre prego a direita, o que é correto. E o que eu vejo hoje é que a direita no Brasil é Jair Bolsonaro. Não tem outro candidato com nome limpo e amor pela pátria. Ele, como capitão do Exército, sempre pregou... Não mudou o jeito dele. Sempre pregou a direita e combateu a esquerda. Eu tenho essa linha, essa visão”, afirmou.
Francischini foi na mesma linha. “É um partido que representa, na figura do Bolsonaro, as minhas ideias, de que temos de ser liberais na economia e conservadores nos costumes. É algo inédito realmente no País. Convivemos muito tempo com partidos de esquerda, de centro-esquerda, e ‘isentões’, como o Democratas e o PSDB, que são de esquerda mas mentem que são de direita”, disse.
Segundo ele, uma de suas principais bandeiras no PSL será a segurança pública. “Tem que parar de passar a mão na cabeça do bandido e tratar policial como vilão. Em todos os países que deram certo no mundo o policial é valorizado e param de dar dinheiro para ONGs de direitos humanos”, comentou. O político defendeu ainda o combate a movimentos como o dos trabalhadores sem-terra. “É uma quadrilha, uma organização criminosa que invade propriedade dos outros. É um absurdo termos grupos como o MST. É isso que o conservadorismo prega: resgatarmos as tradições do Brasil e acabarmos com grupos autoritários de esquerda, que têm deturpado a ordem, principalmente no campo”, acrescentou.
OUTRAS MUDANÇAS
A janela partidária, período em que o parlamentar pode trocar de legenda sem sofrer punições, como perda de mandato, se encerra em 7 de abril. De acordo com o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), nenhuma mudança já foi oficializada, contudo, a expectativa é de que isso ocorra nos próximos dias. “Tenho ouvido falar. Mas ainda não chegou até mim. Vamos aguardar. Acho que cada um, pensando na sua reeleição, vai decidir o que for melhor para si”.
O que comenta-se nos bastidores da Casa é que o bloco formado por PSD e PSC seja o maior beneficiado. Hoje, as duas legendas controladas por Ratinho Jr, que é précandidato ao Palácio Iguaçu, possuem juntas 14 membros. De acordo com o deputado estadual Guto Silva (PSD), a tendência é de que o número suba para pelo menos 18. Nomes como Mauro Moraes (PSDB), Adelino Ribeiro (PSL), Cantora Mara Lima (PSDB), Ademir Bier (MDB) e Jonas Guimarães estariam conversando com o grupo.