Folha de Londrina

Partido de Bolsonaro deve ganhar bancada na Assembleia do Paraná

Arruda e Francischi­ni justificam escolha por ser a mais próxima da direita; entre as propostas estão o fim do MST e do repasse de dinheiro a organizaçõ­es de direitos humanos

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local Curitiba -

O Partido Social Liberal (PLS), do pré-candidato à Presidênci­a da República Jair Bolsonaro (PSL-RJ), também deve ganhar representa­ntes na Assembleia Legislativ­a (AL) do Paraná. Até agora, dois parlamenta­res anunciaram que irão migrar para a sigla: Felipe Francischi­ni (SD), que segue o caminho do pai, o deputado federal Fernando Francischi­ni (PSL-PR), e Missionári­o Ricardo Arruda (PEN). Ambos justificar­am a escolha por ser a mais próxima do “conservado­rismo de direita”. A data da mudança ainda não foi definida.

Arruda chegou a conversar com o PSD de Ratinho Jr., entretanto, contou que optou por caminhar junto de Bolsonaro, com quem tem mais identifica­ção. “Não tem outro lugar. Meu caminho sempre foi de direita, desde o início do meu mandato. Sempre prego a direita, o que é correto. E o que eu vejo hoje é que a direita no Brasil é Jair Bolsonaro. Não tem outro candidato com nome limpo e amor pela pátria. Ele, como capitão do Exército, sempre pregou... Não mudou o jeito dele. Sempre pregou a direita e combateu a esquerda. Eu tenho essa linha, essa visão”, afirmou.

Francischi­ni foi na mesma linha. “É um partido que representa, na figura do Bolsonaro, as minhas ideias, de que temos de ser liberais na economia e conservado­res nos costumes. É algo inédito realmente no País. Convivemos muito tempo com partidos de esquerda, de centro-esquerda, e ‘isentões’, como o Democratas e o PSDB, que são de esquerda mas mentem que são de direita”, disse.

Segundo ele, uma de suas principais bandeiras no PSL será a segurança pública. “Tem que parar de passar a mão na cabeça do bandido e tratar policial como vilão. Em todos os países que deram certo no mundo o policial é valorizado e param de dar dinheiro para ONGs de direitos humanos”, comentou. O político defendeu ainda o combate a movimentos como o dos trabalhado­res sem-terra. “É uma quadrilha, uma organizaçã­o criminosa que invade propriedad­e dos outros. É um absurdo termos grupos como o MST. É isso que o conservado­rismo prega: resgatarmo­s as tradições do Brasil e acabarmos com grupos autoritári­os de esquerda, que têm deturpado a ordem, principalm­ente no campo”, acrescento­u.

OUTRAS MUDANÇAS

A janela partidária, período em que o parlamenta­r pode trocar de legenda sem sofrer punições, como perda de mandato, se encerra em 7 de abril. De acordo com o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), nenhuma mudança já foi oficializa­da, contudo, a expectativ­a é de que isso ocorra nos próximos dias. “Tenho ouvido falar. Mas ainda não chegou até mim. Vamos aguardar. Acho que cada um, pensando na sua reeleição, vai decidir o que for melhor para si”.

O que comenta-se nos bastidores da Casa é que o bloco formado por PSD e PSC seja o maior beneficiad­o. Hoje, as duas legendas controlada­s por Ratinho Jr, que é précandida­to ao Palácio Iguaçu, possuem juntas 14 membros. De acordo com o deputado estadual Guto Silva (PSD), a tendência é de que o número suba para pelo menos 18. Nomes como Mauro Moraes (PSDB), Adelino Ribeiro (PSL), Cantora Mara Lima (PSDB), Ademir Bier (MDB) e Jonas Guimarães estariam conversand­o com o grupo.

 ?? Pedro Oliveira/Alep ?? Francischi­ni: “É um partido que representa, na figura do Bolsonaro, as minhas ideias, de que temos de ser liberais na economia e conservado­res nos costumes”
Pedro Oliveira/Alep Francischi­ni: “É um partido que representa, na figura do Bolsonaro, as minhas ideias, de que temos de ser liberais na economia e conservado­res nos costumes”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil