Encontros inusitados
O presidente Michel Temer se queixa das ações intentadas contra ele pelo Judiciário e Procuradoria da República na questão específica da investigação sobre os efeitos da medida que beneficiou o setor portuário e naquele jantar que acertou 10 milhas ao MDB. De fato, parece haver um transbordamento, conforme o entender de juristas e também do ministro Torquato Jardim no entendimento de que ele, por força de sua condição magisterial, mereceria tratamento diferenciado e como chefe de Estado não poderia ficar exposto.
Se há alguém que transborda neste País é o presidente, que recebe de madrugada Wesley Batista e mantém aquela conversação gravada e cuja sequência foi a corrida do Rocha Loures pelas ruas de São Paulo com a mala de dinheiro ou que recebe ministros do STF fora de qualquer agenda e ainda nos surpreendeu com a à carta à Procuradora Raquel Dodge como se estivesse falando com a subordinada que nomeou para criticar seu enquadramento no acerto em jantar dos milhões da Odebrechet. E para coroar a sequência de non sense houve a visita à presidente do STF, Carmen Lúcia.
Um pouco disso, dessa imprudência sequencial, parece começar, lá atrás, quando na condição de vicepresidente se queixou em carta à presidente Dilma Rousseff sobre sua irrelevância no processo políticoadministrativo brasileiro, que precedeu, de longo tempo, o impeachment sob o comando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje também encanado, como tantos outros.