Folha de Londrina

Planos de saúde seguem liderando queixas ao Idec

Pelo sexto ano consecutiv­o, serviço fica em primeiro lugar do ranking do instituto

- Loriane Comeli Reportagem Local

Levantamen­to do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) relativo aos atendiment­os feitos aos associados em 2017 demonstra que, pelo sexta ano seguido, o setor de planos de saúde lidera o ranking de dúvidas e reclamaçõe­s. Em segundo lugar, pela primeira vez, estão os defeitos em produtos. Outra novidade é que apareceu na lista uma nova categorias – os serviços de água, energia e gás.

No total, o Idec registrou 6.583 atendiment­os no ano passado, dos quais 2.791 (42%) tratavam de dúvidas relacionad­as a processos judiciais, em sua maioria relativos a planos econômicos. Os outros 3.792 questionam­entos foram relativos à problemas de consumo, sendo, 23,4% relativos a planos de saúde.

Segundo o Idec, a principal queixa dos associados sobre planos de saúde continua sendo reajuste abusivo, principalm­ente de planos coletivos, que não são regulados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementa­r). O percentual de casos envolvendo reajustes correspond­e a 45% – ou seja, quase metade dos atendiment­os. Por outro lado, houve queda do número de reclamaçõe­s sobre descredenc­iamento, que correspond­e a 2,1% das dúvidas de 2017, enquanto em 2016 atingiu 8,5%.

As reclamaçõe­s relativas a defeitos em produtos ficou na segunda posição, com 17,8%. Desde 2015, o setor vem subindo uma posição por ano. Em 2017, o maior motivo das dúvidas estava relacionad­o a produtos com defeito (31%), seguido por descumprim­ento de oferta (14%) e informação inadequada (10%).

A terceira posição do ranking do Idec é de serviços financeiro­s, com 16,7% das reclamaçõe­s e dúvidas. Este setor caiu uma posição no ranking, mas segue com um percentual alto de demandas referentes a cartão de crédito (26%), problemas com conta corrente e poupança (24%) e crédito pessoal (9%).

O setor de telecomuni­ca- ções ficou com a quarta posição (15,8%). Apesar de ter se mantido na mesma posição de 2016, o percentual de 2017 é o maior registrado pela área desde 2010. TV por assinatura (30%), seguidos por problemas com telefonia móvel (29%) e internet (9%) foram os temas mais questionad­os.

Uma novidade do ranking deste ano foi o aumento de atendiment­os sobre água, energia elétrica e gás. Com isso, esses serviços passaram a aparecer no ranking como uma categoria própria, com 7,2% de reclamaçõe­s e dúvidas, diminuindo o percentual classifica­do como ‘outros’.

ABRAMGE

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), em nota, contestou os dados divulgados pelo Idec, “por refletir somente o perfil da demanda dos associados”. A Abramge por reiteradas vezes refutou esta enquete por considerá-la “viciada”, “sem critérios técnicos transparen­tes”.

A entidade diz levar em consideraç­ão os dados do Sindec (Sistema Nacional de Informaçõe­s de Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça, que consolida os registros de atendiment­os a consumidor­es de mais de 400 Procons em todo o Brasil, permitindo, portanto, “uma amostragem ampla, precisa e embasada tecnicamen­te”.

Segundo o Sindec, em 2017, o segmento de planos de saúde ficou em 17º lugar dentre os setores de consumo. “Repetidame­nte as pesquisas de opinião realizadas por órgãos competente­s, como a Datafolha, o Ibope ou ainda o IBGE, apontam que os serviços prestados pelas operadoras de planos de saúde são sempre bem avaliados”, conclui a nota.

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