Folha de Londrina

“Próxima proposta da Previdênci­a será muito mais dura”

O relator Arthur Maia diz que a reforma é o primeiro tema que o próximo presidente da República irá enfrentar

- Denise Luna Agência Estado Rio

- A próxima proposta de reforma da Previdênci­a será mais dura que o texto atual, afirmou nesta segunda-feira (12) o deputado federal e relator da matéria, Arthur Maia, que participa do seminário “Reforma da Previdênci­a, uma reflexão necessária”, da FGV (Fundação Getúlio Vargas). “A reforma que será feita não será a reforma do meu parecer. Será uma reforma mais dura e mais profunda”, afirmou Maia a jornalista­s, após a sua apresentaç­ão.

Ele destacou que o atual governo tem limitações políticas por ter assumido após um impeachmen­t e por 2018 se tratar de um ano eleitoral. “Não adianta, nós não temos votos, tem os deputados contra, a favor e os que estão preocupado­s com a sua eleiçãozin­ha”, criticou mais uma vez Maia.

Mais cedo, em sua apresentaç­ão, ele já havia criticado os parlamenta­res que são a favor da Previdênci­a, mas iriam votar contra, se fossem à votação, para não perder votos nos seus redutos eleitorais.

Por este motivo, Maia destacou que neste ano não existe condição da proposta voltar à votação, além do que, por conta da intervençã­o na segurança do Rio de Janeiro, não seria constituci­onal. “Nos próximos seis meses, teremos um amplo debate, que vai culminar com a eleição do presidente. Esse debate terá como tema central a reforma da Previdênci­a e é importante que todos os candidatos se posicionem”, afirmou.

O deputado federal e relator da reforma da Previdênci­a disse que a oposição se aproveitou das discussões realizadas em torno da reforma da Previdênci­a para demonizar a proposta do governo. Segundo ele, o texto original era duro demais, mas seria modificado ao longo do seu trâmite. A delação da JBS, porém, atrapalhou a sua aprovação.

“É natural que o governo tivesse proposto algo maior, para depois aprovar o possível”, afirmou Maia, durante o seminário. “Toda a discussão, que teve 33 reuniões da Comissão, foi utilizado pela oposição para demonizar o projeto”, acusou.

Mas, segundo Maia, o que realmente atrapalhou a aprovação foram as delações da JBS, que envolveram o presidente da República, Michel Temer. “A Previdênci­a poderia ter sido aprovada não fosse a delação da JBS. A partir da delação foram duas denúncias contra o presidente da República, a base do governo teve que ficar contra a vontade da população”, disse Maia, reconhecen­do que a comunicaçã­o do governo federal sobre a reforma também não foi muito boa.

Ele criticou ainda os próprios aliados do governo federal, que se negaram a aprovar o projeto em ano eleitoral. “Só não dá para levar a sério aquele que chega e fala que sabe que precisa, mas que é ano de eleição e por isso não vai votar. E isso é majoritári­o na política nacional”, observou.

Na avaliação do parlamenta­r, a reforma da Previdênci­a deverá ser o primeiro tema que o próximo presidente da República deverá enfrentar, e terá capital político suficiente para fazer a reforma até o fim.

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Arthur Maia: “tem os deputados contra, a favor e os que estão preocupado­s com a sua eleiçãozin­ha”

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