Folha de Londrina

Governo faz apelo por parceria com escolas para vacinar jovens

- Natália Cancian Folhapress

Diante das baixas coberturas de vacinação de adolescent­es, o Ministério da Saúde fez um novo apelo às escolas para tentar retomar a parceria na aplicação de doses contra HPV e meningite C e anunciou uma campanha de “esclarecim­entos” sobre a vacina.

A ideia é lançar um vídeo convocando cerca de 10 milhões de adolescent­es a se vacinarem e aumentar a atuação nas redes sociais contra mitos e notícias falsas relacionad­as ao tema.

“O que é colocado nas redes sociais são informaçõe­s sem evidência científica, mitos que acabam circulando de forma mais forte”, afirma a coordenado­ra do Programa Nacional de Imunizaçõe­s, Carla Domingues. “Queremos combater [esse mitos e notícias falsas] com informaçõe­s verdadeira­s”, relata.

Desde que passou a ser ofertada no SUS, há quatro anos, a vacina contra o HPV tem mantido baixos índices de adesão entre adolescent­es, público que costuma ser mais resistente a procurar as unidades de saúde.

Atualmente, apenas 48,7% das meninas de 9 a 14 anos, a quem a vacina é recomendad­a, já tomaram as duas doses necessária­s para proteção. Se considerad­a apenas a primeira dose, o índice é de 79%. A meta, porém, era atingir ao menos 80% do público-alvo parâmetro ideal para a estratégia ter sucesso como política pública.

Entre os meninos de 11 a 14 anos, outro público ao qual a vacina passou a ser ofertada no ano passado, a adesão à vacina também tem sido baixa: apenas 43,8% já tomaram a primeira dose.

Para o ministério, pesam nesse cenário tanto mitos e boatos disseminad­os sobre a vacina quanto a dificuldad­e em imunizar adolescent­es, problema também registrado em outros países. “É um público que dificilmen­te conseguimo­s levar aos postos de saúde, nem sozinhos nem acompanhad­os pelos pais”, afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Segundo ele, a pasta pretende agora fazer uma nova tentativa de retomar a parceria com as escolas para ofertar a vacinação. A ideia é aumentar a pressão sobre prefeitura­s e pedir apoio ao Ministério

Brasília -

da Educação para organizar a programaçã­o junto às escolas.

Desde o ano passado, a pasta também mantém o programa Saúde na Escola, que prevê que diretores verifiquem a atualizaçã­o da caderneta vacinal dos alunos.

“Faço um apelo aos diretores de escolas para que faça programaçã­o com a unidade de saúde do seu bairro para que possamos fazer esse trabalho”, afirmou.

Essa, porém, não é a primeira vez que o governo anuncia que pretende voltar a ofertar a vacina nas escolas. Questionad­o, Barros admite que houve menor adesão no ano passado, mas atribui a dificuldad­e em retomar a parceria ao fato do programa Saúde na Escola ter sido firmado após o início do ano letivo.

MENINGITE C Além da vacinação contra

o HPV, a ideia é que escolas e unidades de saúde reforcem a campanha para imunização de adolescent­es de 11 a 14 anos também contra a meningite C.

No ano passado, foram vacinados 2,3 milhões de adolescent­es de 12 e 13 anos contra a doença - o públicoalv­o, no entanto, era de 7,2 milhões.

A partir deste ano, a vacina passa a ser ofertada também para meninos e meninas e 11 a 14 anos, daí os cálculos que apontam a necessidad­e de vacinar até 10 milhões de adolescent­es.

É um público que dificilmen­te conseguimo­s levar aos postos de saúde”

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Além da vacina contra HPV, a campanha também quer imunizar adolescent­es de 11 a 14 anos contra a meningite C

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