Folha de Londrina

Madrasta confessa morte de menino desapareci­do

- Diogo Bercito Folhapress

Madri, Espanha - o

O espanhol Gabriel Cruz, de oito anos de idade, deixou a casa de sua avó em 27 de fevereiro para brincar com os primos a cem metros dali. Ele desaparece­u durante o trajeto.

Seu funeral nesta terça-feira (13) reuniu quase 3 mil pessoas, entre elas a vice-primeira-ministra, Soraya Sáenz de Santamaría, marcando um dos crimes mais emblemátic­os dos últimos anos na Espanha.

No mesmo dia, Ana Julia Quezada, 43, confessou ter matado Gabriel. Única suspeita, ela disse que o menino tentou atacá-la depois de entrar voluntaria­mente em seu carro e que se defendeu: primeiro com um golpe de machadinha, depois o asfixiando.

Nascida na República Dominicana e morando na Espanha desde os 21 anos, Quezada era a namorada de Ángel Cruz, pai do menino morto. Testemunha­s dizem que a madrasta tinha ciúmes da relação entre o pai e o filho e que por isso tratava mal Gabriel. Ela também se ressentia de que o menino fosse o motivo dos contatos frequentes entre o pai dele e a ex-mulher.

Quezada vinha cooperando ativamente com a polícia desde o início das investigaç­ões. Por ser demasiado prestativa e por ter reações extremas, no entanto, os investigad­ores passaram a suspeitar de que ela estivesse envolvida. Outra razão para a desconfian­ça da polícia era que a própria filha de Quezada havia morrido em 1996 em circunstân­cias não esclarecid­as – naquele ano, a menina caiu do sétimo andar de um edifício.

Em choque, à época a mãe não prestou depoimento.

BARRO E LÁGRIMAS

Seguida pela polícia, Quezada foi flagrada retirando o corpo de Gabriel de um depósito de água de sua propriedad­e e o transporta­ndo no porta-malas do carro. Até então, a polícia imaginava que o menino estivesse vivo e que ela quisesse pedir resgate. Foi sua a ideia de que os pais oferecesse­m recompensa por informaçõe­s na televisão.

Ao descobrir o cadáver, diz o jornal espanhol El Mundo, os agentes choraram. Ele estava coberto por uma manta e sujo de barro.

As autoridade­s trabalham por enquanto com a hipótese de que Quezada tenha agido sozinha no caso de Gabriel, sem o conhecimen­to do pai da vítima ou sua participaç­ão.

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