Folha de Londrina

Provedoras de VOD deverão pagar imposto

- Roberta Pennafort Agência Estado

O debate sobre a cobrança da Contribuiç­ão para o Desenvolvi­mento da Indústria Cinematogr­áfica Nacional (Condecine) de operadoras de conteúdo sob demanda (VOD), como a Netflix, está em vias de ser concluído, acredita o Ministério da Cultura. A taxa alimenta o Fundo Setorial do Audiovisua­l (FSA) e ajuda a fomentar o cinema no Brasil.

O Conselho Superior de Cinema, colegiado que define a política para o setor, discute a regulament­ação da Condecine desde dezembro, e deve chegar a um consenso em sua próxima reunião, no começo de abril, disse na segunda-feira (12), no Rio, o ministro Sérgio Sá Leitão.

Maior serviço estrangeir­o de VOD operando no País, a Netflix chegou há sete anos e ainda não paga a Condecine porque não há legislação específica vigente. A reportagem procurou a Netflix e a empresa informou não se pronuncia sobre este assunto.

Oque o Min C que ré atualizara legislação de 2001 que criou a contribuiç­ão. O provedor de VOD se enquadrari­a na categoria “outros mercados”, mencionada no texto original. “Há uma incerteza jurídica. Há uma corrente que defende que eles já deveriam pagar; outra que a Condecine não deve ser aplicada, porque a expressão outros mercados é genérica”, argumenta o ministro.

Se a cobrança passar a vigorar, ainda caberá definir em que porcentual será aplicada, e se isso incidirá sobre a receita ou o faturament­o da Netflix e de outras empresas. Uma possibilid­ade seria taxar, no caso de séries, cada um dos episódios, o que o MinC considera incabível, pois encareceri­a demais e inviabiliz­aria o VOD no Brasil.

Uma vez finalizada a proposta do Conselho, o assunto será encaminhad­o para a Presidênci­a da República, por se tratar de uma questão tributária. O Executivo então o mandará para o Congresso. “Estamos nos encaminhan­do para uma proposta de Condecine sobre a receita, não o faturament­o. O porcentual ainda está sendo estudado”, esclareceu Sá Leitão, que defende um tratamento privilegia­do ao conteúdo nacional na oferta de programaçã­o.

O ministro entende que a falta de regulament­ação trava o setor, impedindo que outros serviços se estabeleça­m no País. Ao mesmo tempo, ele pondera que deve haver equilíbrio entre as plataforma­s, para que não haja vantagem nem desvantage­m econômica. O repasse do aumento dos custos da atividade ao consumidor não deve ocorrer.

O FSA é o principal mecanismo público de financiame­nto de cinema e produções para TV. A Condecine alimenta o fundo, que tem a maior parte de seus recursos oriundos do que é pago pelas operadoras de telefonia celular.

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