APURAÇÃO
Na lista, estão desde membros do CMC a ex-secretários municipais e atuais membros do primeiro escalão da gestão de Belinati
Réus da Operação ZR3, que investiga suposto esquema de cobrança de propina para mudança de zoneamento urbano, arrolam 73 testemunhas em processo que tramita na 2a Vara Criminal de Londrina
Os 13 réus da Operação ZR3, que apura um esquema de cobrança de propina para mudança de zoneamento urbano envolvendo dois vereadores afastados – Rony Alves e Mário Takahashi –, protocolaram a defesa no processo que tramita na 2ª Vara Criminal de Londrina, sob titularidade do juiz Délcio Miranda da Rocha. Juntos, eles arrolaram 83 testemunhas, sendo que algumas pessoas se repetem em várias defesas, como é o caso do presidente do CMC (Conselho Municipal da Cidade), Rodrigo Zacaria, que está no rol de três réus, e do vice-presidente Rubens Bento, na lista de quatro réus. Osmar Ceolin Alves, também conselheiro do CMC, foi arrolado três vezes.
Na lista das testemunhas de defesa também estão membros do primeiro escalão do governo de Marcelo Belinati (PP), como Marcelo Canhada, secretário de Governo, e Nado Ribeirete, expresidente da Codel, que exonerou-se do cargo alegando motivos pessoais logo após a deflagração da ZR3, ambos arrolados pelo vereador afastado Mário Takahashi. O vice-prefeito e secretário de Agricultura, João Mendonça, e o secretário de Obras, João Verçosa, foram incluídos como testemunhas pelos empresários Antonio Carlos Gomes Dias e Júlio César Cardoso, respectivamente.
Da administração do exprefeito Alexandre Kireeff foram arrolados o ex-procurador jurídico Paulo César Valle e o ex-presidente da Cohab José Roberto Hoffmann, por Alho, e pelo servidor público Ossamu Kaminagakura, respectivamente.
Também há empresários conhecidos, como Cláudio Tedeschi e Nivaldo Benvenho, atual presidente e expresidente da Acil (Associação Comercial e Industrial), respectivamente, arrolados pela defesa da ex-presidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano), Ignês Dequech; e Raul Fulgêncio e Abílio Medeiros Júnior, indicados pelo empresário Luiz Guilherme Alho.
O MP (Ministério Público) arrolou 13 testemunhas, incluindo policiais que participaram da ação e o empresário que primeiro denunciou a tentativa de achaque, Júnior Custódio Zampar.
Com a apresentação das defesas, o juiz, após manifestação do MP, deverá julgar os pedidos preliminares formulados pelos advogados, como decretação de nulidade de escutas telefônicas e ambientais – formulado pela maior parte dos defensores – e absolvição sumária dos réus, e decidir sobre pedidos de diligências complementares. Caso o juiz entenda que não há nulidades, o processo seguirá e ele deverá agendar a audiência de instrução, para ouvir testemunhas de acusação, de defesa e réus.
DEFESAS
Nas defesas protocoladas pelos réus, a maioria dos advogados sustenta que houve nulidade nas interceptações telefônicas e gravações ambientais, especialmente aquelas feitas por Zampar. A alegação principal é de que algumas gravações foram feitas fora do prazo autorizado e que há o flagrante preparado, que seria ilegal. Também sustentam que não há provas de uma organização criminosa, primeiro dos 15 fatos narrados na denúncia, que inclui acusações de corrupção ativa e passiva.
Também são réus no processo o ex-secretário municipal do Ambiente e membro do CMC, Cleuber Moraes de Brito, os empresários Vander Mendes Ferreira, Homero Wagner Fronja, José de Lima Castro Neto, Brasil Filho Theodoro Mello e o ex-assessor de Rony, Evandir Duarte de Aquino, cujas defesas também negam a autoria dos crimes.