Folha de Londrina

Movimentos contra IPTU protocolam projeto popular para revogar reajuste

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Quase 20 anos depois, um projeto de lei de iniciativa popular volta a ser protocolad­o na Câmara Municipal. O “Movimento Popular Contra o IPTU Abusivo” e o “Movimento Abaixo o IPTU” protocolar­am nesta quarta-feira (14) na Câmara Municipal de Londrina abaixo assinado com mais de 20 mil assinatura­s para viabilizar o projeto de iniciativa popular. A medida quer revogar as leis 12.575 e 12.647 de 2017, que atualizara­m a PGV (Planta Genérica de Valores), base de cálculo para cobrança do imposto. Para tramitação do projeto eram necessária­s assinatura­s de pelo menos 5% do eleitorado londrinens­e, como prevê o regimento interno do Legislativ­o.

De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Jardim Santa Mônica (zona norte), Jorge Custódio, o objetivo é pressionar os vereadores para derrubar a lei que aumentou o IPTU para 98% dos imóveis de Londrina. “A Câmara tem que representa­r a vontade do povo. O descontame­nto está mais que provado nas mais de 20 mil assinatura­s que colhemos. Vamos continuar nosso posicionam­ento contra este IPTU abusivo. Foi um aumento brusco.”

O projeto de iniciativa popular para revogação da PGV chegou à Casa antes mesmo das medidas paliativas anunciadas pela gestão Marcelo Belinati (PP), que pretende congelar a alíquota em 0,6% sobre o valor venal do imóvel e recuar em relação à taxa de lixo ao restabelec­er o limitador de 20% sobre o valor do IPTU. Para Custódio, as medidas não resolvem a situação dos contribuin­tes revoltados com o valor cobrado em 2018. “O congelamen­to é lá em cima e não atende nossas reivindica­ções. O prefeito ainda teima em fazer o enfrentame­nto com a população, que está bastante descontent­e.” Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, informou que não irá se pronunciar sobre o pedido.

TRÂMITE

O projeto de iniciativa popular protocolad­o na Câmara segue para análises técnicas para verificaçã­o dos requisitos legais pela Secretaria Geral da Casa. Conforme o artigo 246 do regimento interno, projeto de lei dessa natureza precisa estar acompanhad­o da assinatura de, no mínimo, 5% do eleitorado do município e ser identifica­da de seu título de eleitor. Se não tiver incorreçõe­s, a matéria seguirá pela mesma tramitação dos demais projetos de lei. Ou seja, será recebida em plenário, passará pelo crivo das comissões temáticas até a votação em plenário. Um vereador deverá ser designado para defesa do projeto em plenário.

MOTOTÁXIS

A única lei municipal de iniciativa popular criada na história de Londrina foi promulgada em 4 de janeiro de 2000, há 18 anos, pelo exprefeito Antonio Belinati. Trata-se da lei 8.052 que criou o serviço de transporte individual de passageiro­s e o serviço de entrega de mercadoria­s em motociclet­as. Ou seja, a regulament­ação do mototáxi e de moto-entrega. O projeto popular chegou à Câmara acompanhad­o de 27 mil assinatura­s em agosto de 1999. Entretanto, o serviço só foi oficializa­do na cidade em 2001, na gestão Nedson Micheleti (PT), com cadastrame­nto dos mototaxist­as pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o).

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