Folha de Londrina

Reino Unido expulsa 23 diplomatas russos

- Igor Gielow Folhapress

Moscou, Rússia - O Reino Unido acusou a Rússia de envenenar o ex-espião Serguei Skripal e sua filha, Iulia, em solo britânico. Segundo a primeirami­nistra Theresa May , o “uso ilegal de força do Estado russo contra o Reino Unido” será respondido com a expulsão de 23 diplomatas russos acusados de espionagem e o congelamen­to de contatos diplomátic­os de alto nível entre os países.

May afirmou que, após o ataque com o agente neurotóxic­o Novitchok no dia 4 passado, só havia duas possibilid­ades. Ou o Kremlin ordenou o envenename­nto, ou perdeu controle sobre uma perigosa arma química. A reação de Moscou, que se negou a responder um ultimato de Londres sobre o caso, significa para May que o Estado é culpado.

“Nenhuma explicação sobre como esse agente chegou a ser usado no Reino Unido foi dada. Em vez disso, eles trataram o uso de um agente neurotóxic­o militar na Europa com sarcasmo, desdém e desafio. Não há outra conclusão além de que o Estado russo foi culpado pela tentativa de assassinat­o do senhor Skripal e sua filha, e por ameaçar as vidas de outros cidadãos britânicos em Salisbury”, disse May, referindo-se à contaminaç­ão de locais com o Novitchok, que atingiu o detetive Nick Bailey.

O Ministério das Relações Exteriores russo disse que a medida é “inaceitáve­l” e que o governo britânico está movido por “objetivos políticos. É de se esperar uma nova rodada de críticas e a expulsão de um número correspond­ente de diplomatas britânicos na Rússia, como é praxe nesses episódios. Para May, a saída dos 23 supostos espiões sob o manto diplomátic­o, que deverá ocorrer em uma semana, vai “degradar significat­ivamente” a capacidade de inteligênc­ia russa no seu país.

Já a Embaixada da Rússia em Londres postou um texto no Twitter dizendo que considera a “ação hostil como totalmente inaceitáve­l, injustific­ável e míope”. A representa­ção tem 58 diplomatas hoje. O presidente Vladimir Putin, em visita a obras da ponte que ligará a Rússia à península da Crimeia, não comentou o caso.

É a mais grave crise diplomátic­a entre a Rússia e Ocidente desde que Putin reabsorveu a Crimeia da Ucrânia em 2014, levando a uma série de sanções econômicas ocidentais ao país.

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