Atleta coleciona 915 premiações
É uma questão de prazer. Se pedirem para Sokuchin Uehara, 77, optar por dinheiro ou por um troféu, ele tem a resposta na ponta da língua. “Eu quero troféu, (porque) eu ganhei isso, é o meu prazer”, diz Uehara, que se define como um atleta amador, que não precisa de dinheiro para competir. Em suas contas, são 915 premiações guardadas em prateleiras pela casa, entre troféus e medalhas. “Eu conto e cada um tem sua identificação”, garante.
O prazer pela competição provoca adrenalina, mas também preocupação pela idade. “Queira ou não, meu fim está quase chegando”, brinca. Ele ressalta que não se preocupa somente com a falta de saúde para a prática do esporte, mas também pela desvalorização e falta de apoio à sua faixa etária, acima de 75 anos. “Cada vez mais velho, cada vez mais discriminado; não estão organizando eventos com categorias para nós. Alguns até fazem categorias com mais de 80 anos, mas a maioria é até 75 anos, isso desestimula.”
Ele é casado e tem uma enteada, ambas o apoiam na atividade física, mas “infelizmente não praticam”. Para continuar correndo, ele vai atrás de provas toda a região de Londrina, percorre de Cornélio Procópio a Paranavaí, e indo inclusive para São Paulo. “Vou para Assis, Marília, toda a região. Antes eu ia com um amigo, mas ele parou, agora eu vou sozinho mesmo.” O aposentado completa 78 anos nesta sexta-feira (16) e deixa claro que quer correr até quando o próprio corpo suportar.
(M.C.)