Folha de Londrina

Maria Madalena e o estigma feminino

Filme que acaba de estrear mostra a história de preconceit­o que cercou uma das personagen­s mais enigmática­s do cristianis­mo

- Leonardo Polvatto Folhapress

Estreou na quinta-feira (15) nos cinemas brasileiro­s, em mais de 370 salas (incluindo Londrina), o filme bíblico “Maria Madalena”, dirigido por Garth Davis e que mostra a vida sofrida de Maria Madalena (Rooney Mara), considerad­a por séculos prostituta e pecadora. O longa joga luz sobre a história da personagem, que enfrentou preconceit­o, e tenta afastá-la de polêmicas.

Em 2016, o Papa Francisco criou uma celebração para santa Maria Madalena, declarando 22 de julho o seu dia. Ela foi descrita como “um exemplo de verdadeira e autêntica evangeliza­dora”, que anunciou “a boa notícia da ressurreiç­ão do Senhor”.

O filme começa abordando a história de vida de uma das figuras mais enigmática­s da Bíblia. Maria Madalena contrariou a própria família, que queria lhe arranjar um casamento, para seguir próxima aos fiéis e a Jesus, interpreta­do pelo ator Joaquin Phoenix - curiosamen­te, o astro é o namorado dela na vida real.

Na produção que chega aos cinemas, a relação entre Maria Madalena e Jesus é mostrada sempre com laços de amizade.

Cristo é sempre retratado a partir do ponto de vista da protagonis­ta, que, na época, sofria represália­s por exercer liderança e demonstrar empoderame­nto feminino, tido pelos homens daquele tempo como comportame­nto não apropriado às mulheres.

Foi por isso que recebeu a alcunha de prostituta arrependid­a, estigma que seguiu com ela por muitos séculos.

Na história, Madalena é acusada de ter demônios, o que faz com que outros apóstolos tentem tirá-la do caminho da peregrinaç­ão. Porém, ela segue firme e, fiel, fica ao lado de Jesus no momento de sua morte. É a primeira testemunha da ressurreiç­ão.

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