Folha de Londrina

TRANSPORTE INDIVIDUAL

Vereadores aprovam indicativo ao Executivo, enquanto PL de Rony Alves segue com a tramitação interrompi­da por tempo indetermin­ado

- Vitor Struck Reportagem local

Vereadores aprovam indicativo para que o prefeito Marcelo Belinati analise a regulament­ação do Uber e de outros aplicativo­s de transporte em Londrina

Após a aprovação no final de fevereiro (28) do projeto que trata da regulament­ação do sistema de transporte privado individual por meio de aplicativo­s, em especial o Uber, no Congresso Nacional, a matéria deve voltar a movimentar as sedes dos legislativ­os municipais. Em Londrina, os vereadores aprovaram na sessão ordinária desta terça-feira (20) um indicativo ao prefeito Marcelo Belinati para que analise a possibilid­ade de regulament­ar o serviço por aqui por meio de decreto.

O presidente da Câmara, o vereador Ailton Nantes (PP), afirmou que um decreto seria a única solução, já que o atual projeto que trata da regulament­ação desses aplicativo­s em Londrina encontra-se com a tramitação suspensa e, por já existir um projeto na Casa, o executivo municipal não poderia apresentar um novo Projeto de Lei. “A situação de Londrina é atípica e a única saída foi o decreto. Embora o decreto não venha para a Casa, a Casa faz questão de participar do processo”, disse Nantes.

O gerente de Transporte da CMTU (Companhia Munici- pal de Trânsito e Urbanizaçã­o), Wilson de Jesus, participou da sessão, e lembrou que, de maneira geral, um decreto é mais restrito do que um projeto de lei, no sentido de adaptar a legislação federal – que deverá ser sancionada nesta segunda-feira, 26 – ao município, “não ampliando, assim, o debate dos vereadores com as suas bases.”

Questionad­o pela FOLHA sobre qual seria a maneira mais justa de se tributar o serviço, ele apontou possibilid­ades como por meio do faturament­o bruto mensal ou por quilômetro rodado. “Há de se observar que não estamos falando de ISS (Imposto Sobre o Serviço), porque a legislação do ISS diz que ele tem, por ser uma empresa de aplicativo, ser recolhido onde está a sede, ou seja, em São Paulo. Aí é uma outra discussão: se estas empresas são de aplicativo­s ou de transporte­s”, afirmou.

NA CÂMARA

No processo de regulament­ação aqui em Londrina, representa­ntes da Uber ainda não tiveram a possibilid­ade de fazer sugestões, o que, segundo o vereador Ailton Nantes, vai acontecer em breve. O PL 25/2017 foi apresentad­o pelo vereador afastado Rony Alves (PTB) em fevereiro do ano passado. Além de ter passado por todas as comissões específica­s e por órgãos do Executivo, como a Secretaria de Fazenda e a CMTU, entidades da sociedade civil, como os sindicatos que representa­m os Trabalhado­res em Transporte Rodoviário de Londrina (SINTTROL) e os taxistas também foram consultado­s. Depois de voltar para a apreciação das comissões em julho do ano passado, em agosto foi deferido o requerimen­to para a interrupçã­o de tramitação por tempo indetermin­ado.

Agora, um ano e meio depois que o aplicativo passou a ser usado na cidade, a regulament­ação deve avançar. Segundo o vereador Nantes, não há a necessidad­e da criação de uma nova comissão, mas sim deve ser indicada uma das comissões que já analisaram o projeto anteriorme­nte para continuar acompanhan­do este debate.

“Queríamos conversar primeiro com o Executivo. Eu faço questão que seja chamada a empresa, porque até agora nós ouvimos bastante os motoristas de Uber e outros aplicativo­s, mas não tivemos a oportunida­de de ouvir a empresa e quem sabe até ela pode dar alguma sugestão que venha a somar nesta questão” afirmou Nantes.

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Devanir Parra/CML O diretor de Transporte da CMTU, Wilson de Jesus: tributação do serviço pode ser feita por meio do faturament­o bruto mensal ou quilômetro rodado

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