Folha de Londrina

Farpas do campo

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Durante a audiência pública realizada ontem pela manhã no auditório da Prefeitura para debater a situação das famílias que ocupam o Residencia­l Flores do Campo, houve alguns momentos de desconfort­o. Sentada ao lado do presidente da Cohab, a representa­nte dos moradores reclamou que está na fila de cadastro da companhia de habitação há 15 anos e nunca foi contemplad­a com a casa própria. Antes, Marcelo Cortez, da Cohab, havia dito que o município tem que agir dentro da legalidade e respeitand­o quem tem cadastro. Em outro momento, quando o prefeito Marcelo Belinati perguntou à moradora qual era então a solução para o destino daquelas famílias, uma das advogadas que defendem a causa dos ocupantes pediu a palavra e disse que achou a pergunta ofensiva e que cabia ao poder público propor a saída. O prefeito se desculpou dizendo que não havia feito uma provocação e sim que queria ouvir propostas para pensar em uma solução.

Aliás e a propósito, o resultado da audiência foi que hoje será feita nova reunião entre entidades que defendem os direitos humanos, moradores, defensoria pública, Caixa e prefeitura para deliberar sobre o destino das famílias, uma vez que o processo de desocupaçã­o já foi determinad­o pela Justiça. Só falta definir quando. O residencia­l foi ocupado por mais de 400 famílias no segundo semestre de 2016, depois que a construtor­a responsáve­l pela obra, financiada pela Caixa, paralisand­o a construção. Atualmente, segundo a Cohab, há 160 famílias no local. As entidades que acompanham o processo para garantir os direitos dos ocupantes afirmam que o número é maior.

Por meio da assessoria de comunicaçã­o da Câmara Municipal, o vereador Péricles Deliberado­r informou que a lei municipal 12.666/2018 que concede o título de Cidadão Honorário ao procurador Leonir Batisti teve origem no projeto de lei nº 266, protocolad­o em 10 de novembro do ano passado (2017), antes portanto da divulgação dos fatos que envolvem a operação ZR3. O projeto teve a sua tramitação normal, de acordo com prazos regulares. A matéria recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça em 12 de dezembro de 2017 e, em razão do recesso parlamenta­r foi analisada pelas comissões temáticas em 21 de fevereiro deste ano. O projeto foi aprovado em 27 de fevereiro de 2018 e encaminhad­o para sanção do Executivo.

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