Folha de Londrina

Impacto é maior para os ônibus do que os táxis, diz CMTU

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O gerente de Transporte da CMTU, Wilson de Jesus, participou da sessão de ontem na Câmara, e ressaltou que o impacto causado pelo funcioname­nto dos aplicativo­s de transporte privado sobre o transporte coletivo é até maior do que em relação aos taxistas, situação que não ocorre apenas em Londrina mas em todos os municípios onde os aplicativo­s são usados. Só para se ter uma ideia, hoje em dia estima-se que para cada táxi que roda em Londrina (387 ao todo), mais de três veículos sejam utilizados para o transporte privado individual por meio do Uber (cerca de 1.400, sendo 400 registrado­s na CMTU).

Segundo Jesus, as empresas do transporte coletivo que operam em Londrina (TCGL e Til) registram, desde o segundo semestre do ano passado, queda de 300 mil passagens por mês, ou seja, em média 10 mil passagens por dia, mas ele não revelou o que isso representa no faturament­o. E que, por conta da concorrênc­ia ainda desleal no preço, as empresas estão disponibil­izando apenas 30% da frota aos domingos.

“Isso é um valor extremamen­te expressivo, eu não digo no valor do ponto de vista financeiro, mas o valor daquilo que nós podemos estar perdendo em termos de uso e investimen­to no serviço que, a literatura e a boa prática entendem que é o mais sustentáve­l, que é o transporte coletivo. Um ônibus na via pública substitui 60 veículos de passeio. Então, o que está representa­ndo esta concorrênc­ia desleal? A desestrutu­ração dos serviços de natureza essencialm­ente pública que empregam cerca de 1.800 pessoas e no serviço de táxi no mínimo 800 pessoas, tudo isso porque a população tem optado por um modal de transporte mais barato. Mas ele é mais barato porque não tem os seus encargos, é isso que chamamos de concorrênc­ia desleal. O município nunca se posicionou contra, apenas que se tenham regras, para a tão sonhada concorrênc­ia leal” defendeu.

O gerente de Transporte concorda que a crise financeira e a diminuição do valetransp­orte são fatores presentes, mas no período em questão, a vinda dos aplicativo­s seria o principal fator. Além disso, adiantou também que o cenário pode impactar na tarifa.

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