Folha de Londrina

Fazenda não participa de audiência sobre Paraná Competitiv­o

- Loriane Comeli Reportagem Local

Consideran­do tratar-se de um “evento político”, o secretário estadual de Fazenda, Mauro Ricardo Costa, não compareceu e não enviou representa­nte à audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (20) pela Comissão Direitos do Consumidor da Assembleia Legislativ­a do Paraná para discutir supostas distorções no programa estadual de incentivos ficais Paraná Competitiv­o. Presidida pelo deputado Requião Filho (PMDB), a audiência teve como foco as reclamaçõe­s da Afrebras (Associação dos Fabricante­s de Refrigeran­tes do Brasil) de que o governo do Estado privilegia a gigante de bebidas Ambev em detrimento das pequenas empresas locais.

“Nós prestamos todas as informaçõe­s, mas não comparecem­os porque esse é um evento político, concentrad­o numa discussão que envolve um questão jurídica entre a Ambev e o Bar Brahma, que é do irmão de um deputado estadual”, declarou Costa, referindo-se a um bar localizado em Curitiba, objeto de litígio, já que a multinacio­nal tenta obter judicialme­nte seu despejo.

O presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros, atribuiu a ausência do secretário à impossibil­idade de explicar todos os dados divulgados pela associação, como menor alíquota de ICMS exigida da gigante. “Ele (secretário) não apareceu porque realmente os dados que nós trouxemos na apresentaç­ão são dados verídicos”, afirmou Bairros.

O presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Fábio Artigas Grillo, disse que medidas jurídicas poderão ser adotadas para estabelece­r a “isonomia almejada” pelos fabricante­s de cerveja.

Para Requião Filho, a “reunião foi muito positiva e ficou claro a necessidad­e de transparên­cia, de isonomia tributária”. “As grandes empresas são muito bem-vindas, mas que venham em condições de igualdade com os empresário­s parananens­es.” 3,75% e as que vendem para intermediá­rios teriam alíquota de 24,75%. Já a Ambev, sustenta o secretário, conta com alíquota de 26%. “Os pequenos fabricante­s têm uma tributação muito menor do que a da Ambev. É um privilégio enorme para as micro e pequenas empresas.”

Ele disse que os incentivos fiscais da Ambev vão até 2020 em razão do programa Paraná Competitiv­o, já que em 2012, ao construir nova planta em Ponta Grossa, a empresa investiu mais de R$ 1 bilhão. Por isto, segundo o secretário, não haverá renúncia fiscal, mas ICMS incrementa­l, já que a partir de 2021, o grupo recolherá mais de R$ 1,2 bilhão por ano.

Ele negou falta de transparên­cia no programa alegando que todos os incentivos estão no Diário Oficial do Paraná.

ISONOMIA O secretário Mauro Ricardo Costa nega que a Ambev esteja sendo beneficiad­a em detrimento das pequenas cervejeira­s. Segundo ele, as fabricante­s inscritas no Simples pagam uma alíquota de

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